Após herdar R$ 10 milhões, irmão de Suzane von Richthofen enfrenta dívidas e pode perder bens

Andreas von Richthofen estaria desaparecido desde janeiro de 2023, segundo informações do jornal O Globo

A história da família von Richthofen se tornou trágica quando Suzane von Richthofen, hoje com 40 anos, matou os pais Manfred e Marísia, em 2002, visando a herança do casal. Na época, o crime chocou o País pela premeditação e crueldade, e hoje a herança de R$ 10 milhões parece ter sido transformada em dívida milionária pelo irmão, Andreas von Richthofen. As informações são do jornal O Globo.

O dinheiro foi designado a Andreas após o rapaz, atualmente com 36 anos, entrar com processo na Justiça para impedir que a irmã dele recebesse metade da quantia. Na lista dos bens, carros, terrenos, seis imóveis, incluindo a mansão do assassinato, e dinheiro de contas e aplicações foram elencados.

Entretanto, apesar do direito à herança, Andreas parece não ter se interessado em cuidar do patrimônio, ação que estaria resultando em uma série de dívidas. Segundo publicação do O Globo, ele enfrenta 24 ações na Justiça de São Paulo por dívidas de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e condomínios atrasados, somando um calote de aproximadamente R$ 500 mil.

Casas invadidas

Duas das casas herdadas, por exemplo, foram invadidas por falsos sem-teto. A primeira, localizada na Vila Congonhas, está avaliada em R$ 1 milhão e foi a residência da família antes da mudança para a propriedade onde ocorreria o crime anos depois, planejado entre Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos.

As informações são de que as editoras Magnum e Etros funcionaram no local, deixaram o imóvel e, desde então, compradores estariam tentando adquiri-lo, mas sem sucesso. Andreas recusou todas as ofertas realizadas e, recentemente, uma família se instalou clandestinamente no local. 

A maneira de operar dos falsos sem-teto é semelhante, segundo a matéria. Eles chamam um chaveiro, entram nas casas sem arrombar portas e portões, limpam o terreno, fazem reformas, mandam ligar luz e água e passam a morar de graça até que alguém reivindique judicialmente a propriedade.

Uma das casas de Andreas, localizada em Campo Belo, já foi apropriada por invasores, que ganharam o título por usucapião.

Além de perder as propriedades, Andreas ainda é processado pelas prefeituras de São Paulo e de São Roque. A casa da Barão de Suruí, por exemplo, acumula R$ 48.524,07 em tributos atrasados, conforme levantamento de novembro de 2023.

Outro imóvel com risco de invasão está na Rua República do Iraque, no bairro Brooklin Paulista, onde funcionava a clínica da psiquiatra Marísia von Richthofen, mãe de Andreas e Suzane. A casa de dois pavimentos tem 135 metros quadrados e acumulava débito de R$ 20.170,17 até julho de 2023.

Amigos de Andreas teriam relatado à reportagem que ele não pretende se desfazer dos bens para preservar a memória de Manfred e Marísia. Entretanto, ainda teria medo da possibilidade de Suzane acessar os bens, já não é casado nem tem filhos, o que torna a irmã a única herdeira dele.

Sumido desde a pandemia

Segundo a publicação, Andreas está sumido desde a época da pandemia, quando teria se refugiado em um sítio de São Roque, herdado pelos pais. Atualmente, as suposições são de que ele está em outro sítio do Município, um local de difícil acesso, sem internet e sem celular.

Pessoas próximas afirmam que Andreas desapareceu definitivamente em janeiro de 2023, quando Suzane passou a cumprir o restante da pena em liberdade. Em 2017, em uma tentativa de encontro com a irmã, ele foi levado para uma clínica de recuperação em surto, onde permaneceu por dois meses. 

Além dos problemas com a Justiça, O Globo revelou que nem a advogada de Andreas sabe do paradeiro dele e tenta localizá-lo para impedir o leilão de bens para o pagamento das dívidas. Miguel Abdalla Netto, que ficou com a guarda do sobrinho, também não sabe onde ele está. Atualmente, a conta dele está bloqueada para realização de pagamento do condomínio, com dívida estimada em R$ 17.184,53, de um dos imóveis herdados por ele.