A secretaria de saúde do Amazonas investiga um caso de mucormicose, infecção causada por fungo chamado popularmente de "fungo preto" em um paciente falecido de Manaus. As informações são do portal G1.
O fungo foi diagnosticado em um homem, de 56 anos, com histórico de diabetes tipo 2, e usuário de insulina.
Ele foi internado no Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, no dia 12 de abril, e depois transferido para o hospital da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT), onde morreu no dia 16 de abril.
Embora internado com sintomas gripais, o teste RT-PCR teve resultado negativo para Covid-19. No entanto, o paciente apresentou prurido no olho direito, que avançou para uma infecção.
O Amazonas comunicou o caso ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde nacional, após resultado de exames da Fundação de Medicina Tropical na última sexta-feira (28).
O Laboratório Central de Saúde Pública coletou o material, que será enviado para investigação na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
Fatores de risco
Especialistas acreditam que a diminuição da imunidade pode desencadear casos de mucormicose. O quadro mata mais de 50% dos acometidos e muitos precisam passar por cirurgias para retirar partes do corpo afetadas.
Ouvido pelo programa Bem Estar, da Rede Globo, o infectologista Daniel Wagner Santos explica que, em muitos casos, o fungo pode apenas colonizar o indivíduo, sem causar problemas. No entanto, em uma pessoa doente e com as imunidades baixas, como os acometidos com a Covid-19, a invasão do patógeno pode ser grave.
Ele explica, ainda, que a contaminação ocorre pelas vias respiratórias, atingindo nariz, seios da face, faringe e pulmão.
Sintomas
"Maioria das vezes o quadro é como uma rinossinusite, uma renite, ou uma sinusite, que inicialmente é interpretada como viral, obstrução nasal, coriza e aquilo finalmente não vai se resolvendo como dever se resolver de forma espontânea e vai progredindo, causando dor na região nasal e no rosto", diz.
Como consequência de um agravo do caso, acrescenta o médico, o paciente pode apresentar um edema. "Em casos mais graves aquilo pode progredir para região ocular, causando uma propulsão do olho, e em casos piores pode progredir para o cérebro e finalmente para as partes mais baixas, sendo representadas pelos pulmões", explica.