A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Polícia Federal (PF) para investigar possíveis crimes cometidos a respeito de uma nota falsa publicada nas redes sociais sobre o próximo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. A ação, protocolada nesta quarta-feira (18), entende que as fake news prejudicou as ações do Governo na economia.
Galípolo, que atualmente é diretor de Política Monetária do BC, foi indicado pelo presente Luiz Inácio Lula da Silva para suceder Roberto Campos Neto na presidência da autoridade monetária.
Na terça-feira (17), um perfil na rede social X, com cerca de 3,5 mil seguidores, publicou que Galípolo teria se referido ao dólar como "moeda estadunidense" e projetado sua cotação em R$ 5, provocando agitação entre investidores e analistas econômicos. A informação falsa foi amplificada por páginas de economia, e um perfil com mais de 100 mil seguidores republicou a postagem, o que gerou mais repercussão.
Em nota, a AGU afirma que "a desinformação, ao interferir diretamente na percepção do mercado, comprometeu a eficácia da política pública federal de estabilização cambial, evidenciando o elevado potencial lesivo de boatos neste contexto".
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No ofício enviado à PF, com base no pedido feito pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), a AGU argumenta que as condutas fraudulentas devem ser configuradas como crime contra o mercado de capitais.
A AGU também pede uma ação administrativa pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Sabe-se que há relação direta entre a cotação de moeda estrangeira, notadamente o dólar, e os preços dos valores mobiliários negociados em bolsas de valores”, escreveu à PF.
*Sob supervisão da jornalista Mariana Lazari