Os acusados de participação da morte da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, se tornaram alvos de uma nova operação contra o crime da Justiça do Rio de Janeiro. Agora, Roni Lessa e o ex-bombeito Mawell Simões Corrêa,o Suel, estão sendo investigados pela exploração do gatonet no bairro da Rocha Miranda, zona norte do Rio.
Conforme as investigações, Roni Lessa e Suel integravam uma organização criminosa que explorou, pelo menos, entre 2018 até 2023, a instalação de TV a cabo clandestina e internet nos bairros Rocha Miranda, Colégio, Coelho Neto e Honório Gurgel.
Novos mandados de prisão foram decretados para ambos os acusados, que já se encontram presos. Com o decreto, foram pedidas também as prisões do filho de Suel, Maxwell Simões Corrêa Júnior, de Wellington de Oliveira Rodrigues, o Manguaça, e do policial militar Sandro dos Santos Franco. Os três são considerados foragidos.
Bens apreendidos
A Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado realizaram, nessa sexta-feira (4), uma operação para cumprir os mandados de prisão expedidos pela Vara Especializada de Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio.
Uma Land Discovery Sport teve o pedido de sequestro emitido pela Justiça, pois, segundo as investigações, foi adquirida com ganhos obtidos da organização criminosa. Suel e a mulher, Aline, tiveram as contas bloqueadas.
De acordo com a PF, Sandro fugiu quando soube que estava sendo procurado pelos agentes federais, na operação dessa sexta-feira.
Gatonet
A Polícia Federal descobriu que Suel atuava como responsável da organização criminosa de Gatonet. Segundo as investigações, ele estaria a frente da empresa com Lessa.
Roni Lessa, além de sócio financeiro, era responsável pela manutenção do serviço através de sua fama como assassino profissional.
Após as prisões de ambos os chefes, o grupo estava começou a ser comandado pelo filho de Suel, que repassava ordens aos subordinados e centralizava o recebimento do dinheiro recolhidos dos moradores. Investigação também aponta que diversas pessoas eram coagidas a pagar pelo serviço ilegal.
Wellington de Oliveira Rodrigues, o Manguaça, e o policial militar Sandro dos Santos Franco, atuavam na gerência do esquema. Inclusive, foi Sandro o responsável por locar o serviço ilegal em uma empresa, a Tecsat, que foi alvo de buscas nesta sexta.
Moradores ouvidos pela Polícia Federal relataram que o valor cobrado pela quadrilha, em todo o bairro de Rocha Miranda, era de R$ 70, com pagamento em espécie ou no pix.