Vladimir Putin quer fim do conflito na Ucrânia 'o quanto antes'

Presidente russo disse que governo se esforçará para encerrar os conflitos

O presidente russo Vladimir Putin quer o fim do conflito na Ucrânia "o quanto antes", segundo declarou nesta quinta-feira (22), após quase dez meses de intensos combates contra o Exército de Kiev. 

"Vamos nos esforçar para que isso termine. E quanto antes, melhor, é claro", disse Putin, em entrevista coletiva.

Enquanto isso, a viagem do presidente ucraniano Volodimir Zelensky aos Estados Unidos está sendo encarada como Washington travando "uma guerra indireta" contra a Rússia na Ucrânia, segundo afirmou o Kremlin, nesta quinta. Para o governo russo, isso mostra que Zelensky não tem intenção de "ouvir a Rússia". 

Em sua primeira viagem internacional desde o início da invasão, Zelensky foi tratado como um herói em Washington na quarta-feira (21), onde se encontrou com o presidente Joe Biden na Casa Branca e fez um discurso aplaudido perante o Congresso. 

O chefe de Estado ucraniano também recebeu a promessa de um enorme pacote de ajuda e novas entregas de armas que incluirão, pela primeira vez, o sistema de defesa aérea Patriot.

"Até agora, podemos observar, com pesar, que nem o presidente Biden nem o presidente Zelensky disseram nada que pudesse ser visto como uma possível disposição de ouvir as preocupações da Rússia", denunciou o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, em conversa com a imprensa.

Advertências por bombardeios

Segundo Peskov, nesta visita não houve "verdadeiros apelos à paz", ou "advertências" dos Estados Unidos a Zelensky contra "o bombardeio contínuo de prédios residenciais em áreas populosas do Donbass". Essa região do leste da Ucrânia é parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia e, com frequência, bombardeada pelas forças ucranianas. 

"Isso mostra que os Estados Unidos continuam em sua linha de guerra, de fato e indireta, com a Rússia", acrescentou o porta-voz. 

Na quarta-feira, depois que soube da viagem de Zelensky, Peskov alertou que o fornecimento de armas dos EUA para Kiev "leva a um agravamento do conflito e não é um bom presságio para a Ucrânia".