Varíola do macaco é preocupante, mas não é uma emergência de saúde no momento, afirma OMS

Tedros Adhanom declarou que ainda não é o momento de um nível de alerta mais alto, mas requer cautela

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o surto de varíola do macaco é uma ameaça muito preocupante, mas, no momento não é uma emergência global de saúde pública. A declaração foi dada, neste sábado (25), após uma reunião de especialistas para discutir o assunto.

"No momento, a situação não constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional, que é o nível mais alto de alerta que a OMS pode emitir", afirmou Ghebreyesus em comunicado. 
Tedros Adhanom Ghebreyesus
Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS)

"O comitê de emergência compartilhou suas sérias preocupações sobre a escala e a velocidade do atual surto", acrescentou Ghebreyesus.

Doença preocupa países, inclusive o Brasil

Os casos desta doença aumentaram desde maio para além dos países onde era endêmica na África Ocidental e Central e estão especialmente concentrados na Europa Ocidental.

Até agora, 3.200 casos e uma morte foram detectados em cerca de 50 países diferentes, segundo a OMS. No Brasil, há 11 casos confirmados. No Ceará, quatro pacientes são monitorados por suspeita de infecção da doença.  

O que é a varíola dos macacos?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que a doença recebeu esse nome porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos mantidas para pesquisa, em 1958. Somente em 1970, foi detectada em humanos. A varíola dos macacos é causada pelo vírus monkeypox.

Apesar de ser da mesma família da varíola humana, o patógeno causador da doença dos macacos tem menor risco de complicações. Segundo a OMS, a enfermidade é encontrada na África Central e Ocidental, onde há florestas tropicais e os animais que podem transportar a doença.

Ocasionalmente, pessoas com varíola são identificadas em outros países, após viagens de regiões onde a varíola é endêmica. 

Quais os sintomas?

Segundo a OMS, os sintomas duram entre duas e quatro semanas, mas desaparecem por conta própria sem tratamento. A orientação é que as pessoas com os sinais descritos abaixo procurem orientação médica e comuniquem possível contato com alguém infectado. Veja os sintomas: 

  • Febre;
  • Dores de cabeça intensa, musculares e/ ou nas costas;
  • Baixa energia;
  • Linfonodos inchados;
  • Erupções cutâneas ou lesões.

Geralmente, a erupção se apresenta de um a três dias após o início da febre. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, cheias de líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, secar e cair. 

Segundo o órgão, o número de lesões em uma pessoa pode variar de alguns a milhares. A erupção tende a se concentrar no rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Eles também podem ser encontrados na boca, genitais e olhos.