As últimas pesquisas confirmam que a disputa entre Kamala Harris e Donald Trump deve ser acirrada. Os dois aparecem tecnicamente empatados em levantamentos para a eleição presidencial dos Estados Unidos de 2024. O mais recente foi divulgado pelo jornal The New York Times no domingo (3), produzido por meio do New York Times/Siena.
O cenário estaria acirrado por conta dos estados-chave, conhecidos normalmente por não demonstrarem uma preferência clara por Republicanos ou Democratas. Segundo a pesquisa, a diferença entre Kamala e Trump em todos os estados-chave aparece dentro da margem de erro, de 3,5 pontos percentuais.
O levantamento do The New York Times entrevistou o total de 7.879 eleitores prováveis nos sete estados-chave. São eles: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.
Dúvida no Iowa
Desde agosto, as pesquisas têm mostrando cenário de estabilidade, variando um ou dois pontos para cada lado, com Kamala e Trump. Mas uma sondagem do instituto Selzer, divulgada na noite de sábado (2), deixou os aliados de Donald Trump apreensivos: em Iowa, Estado em que o republicano deveria nadar de braçada, a democrata está 3 pontos à frente (47% a 44%).
O resultado é surpreendente porque, desde o início da campanha, Iowa nunca esteve entre os Estados considerados em disputa pelos dois candidatos, e uma vitória de Trump era dada como certa.
O republicano venceu em Iowa em 2020 e 2016. O último democrata a levar o Estado foi Barack Obama, em 2008 e 2012.
Mulheres terão voto decisivo
Iowa dá direito a apenas seis votos no colégio eleitoral, o que não faz muita diferença diante dos 19 da Pensilvânia, ou dos 16 de Carolina do Norte e Geórgia. O desafio para os republicanos está nas entrelinhas da sondagem: o crescimento de Kamala é impulsionado pelas mulheres sem filiação partidária, entre as quais a democrata tem uma vantagem de 28 pontos. Entre as eleitoras acima de 65 anos, Kamala também está à frente: 63% a 38% - entre os eleitores da mesma faixa etária, Trump lidera por 47% a 45%.
Para Trump, o preocupante é que esses eleitores de Iowa têm o mesmo comportamento de alguns Estados dos Grandes Lagos, como Wisconsin e Michigan. Na prática, se a pesquisa estiver certa, Kamala chegaria ao dia da eleição em uma posição melhor nesses estados.
A pesquisa do instituto Selzer é quase um oráculo da política americana. Ela previu o crescimento de Obama no Estado, em 2008, e a vitória de Trump, em 2016. Ela acertou na mosca as eleições presidenciais de 2008, 2012, 2016 e 2020, as disputas para o Senado de 2022, 2020 e 2014 - ela só errou uma eleição para governador, em 2018, por 4 pontos.