O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o país está disposto a aceitar o status neutro, um dos pontos centrais das negociações com a Rússia para encerrar o conflito. Segundo gestor, a questão da "neutralidade" está sendo "estudada a fundo", declarou em entrevista à imprensa russa neste domingo (27).
Uma das cláusulas das negociações entre as nações é a de "garantias de segurança e neutralidade, o status livre de armas nucleares de nosso Estado", disse em entrevista online, transmitida pelo canal de Telegram da administração presidencial ucraniana.
"Estamos dispostos a aceitá-lo", continuou. "Este ponto das negociações (...) está em discussão, é estudado a fundo", assegurou.
"Mas não quero que seja mais um documento no estilo do Memorando de Budapeste", acrescentou, referindo-se aos acordos assinados pela Rússia em 1994 que garantiam a integridade e a segurança de três ex-repúblicas soviéticas, incluindo a Ucrânia, em troca de desistir das armas nucleares herdadas da URSS.
As delegações russa e ucraniana se reunirão no início desta semana na Turquia para uma nova rodada de negociações presenciais, anunciaram os dois lados.
Comentários 'alarmantes' de Biden
O Kremlin denunciou nesta segunda-feira (28) os comentários "alarmantes" do presidente americano Joe Biden, que chamou o russo Vladimir Putin de "carniceiro", em plena ofensiva da Rússia na Ucrânia.
"Esta declaração é, sem dúvida, alarmante", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, antes de advertir que Moscou continuará "monitorando de perto" os comentários do presidente dos Estados Unidos.
No sábado (26), durante uma visita à capital da Polônia, Varsóvia, o presidente americano criticou de maneira veemente o colega russo e o chamou de "carniceiro", ao afirmar que ele "não pode permanecer no poder" devido à ofensiva russa na Ucrânia.
Pouco depois, a Casa Branca afirmou que Biden não havia estimulado "nenhuma mudança de regime" na Rússia.