A Rússia afirmou nesta terça-feira (22) que o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, permanece disposto a dialogar com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, depois de reconhecer as regiões separatistas pró-Rússia da Ucrânia.
"Inclusive nos momentos mais difíceis (...) afirmamos: estamos prontos para negociar", declarou a porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova. "Sempre estamos a favor da diplomacia", completou no programa do YouTube Soloviev Live.
Lavrov disse nessa segunda-feira (21) que tem uma reunião programada para quinta-feira com Blinken em Genebra para discutir as crescentes tensões internacionais sobre a Ucrânia.
O representante russo na ONU, Vasily Nebenzya, também assegurou que a Rússia continua "aberta à diplomacia", mas enfatizou a necessidade de defender as regiões separatistas do que chamou de agressão ucraniana.
"Continuamos abertos à diplomacia para uma solução diplomática", afirmou Nebenzya durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança. "No entanto, permitir um novo banho de sangue em Donbas é algo que não pretendemos fazer".
Tropas
O presidente Vladimir Putin ordenou nessa segunda-feira (21) que o exército russo entre nos territórios separatistas no leste da Ucrânia após ter reconhecido sua independência, desafiando as ameaças de sanções do Ocidente em um movimento que pode desencadear uma guerra com Kiev.
Dois decretos do presidente pedem ao Ministério da Defesa que "as forças armadas da Rússia (assumam) funções de manutenção da paz no território" das "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk.
Nenhum cronograma de destacamento ou sua magnitude foram anunciados nos documentos, cada um com uma página, que foram publicados no site do banco de dados russo de textos jurídicos.
"Considero necessário tomar esta decisão, que vinha amadurecendo há muito tempo: reconhecer imediatamente a independência da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk", declarou Putin em discurso televisionado.
Putin também exigiu da Ucrânia o fim imediato das "operações militares, caso contrário, toda a responsabilidade de um maior derramamento de sangue recairá sobre a consciência do regime no território ucraniano".