O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira (21) uma mobilização militar parcial no país em virtude da guerra da Ucrânia. Em pronunciamento em rede nacional, o líder indicou que a medida envolve a movimentação de reservistas, e afirmou que a ação é "necessária", sendo a "única opção" no momento.
Além disso, Putin declarou apoio aos referendos convocados em regiões separatistas da Ucrânia, em um movimento semelhante ao ocorrido durante a anexação da Crimeia pela Rússia. Entre as regiões afetadas, o mandatário destacou Luhansk e Donetsk. O russo defendeu seguidas vezes o que chamou de "libertação" de territórios de "neonazistas".
O presidente sugeriu ainda o uso de armas nucleares em virtude do confronto, indicando que todas as opções disponíveis podem ser utilizadas. "Eu não estou blefando", afirmou. Segundo ele, o potencial nuclear do país deve ser lembrado por aqueles que fazem ameaças à Rússia e sua integridade territorial.
O ministro da Defesa do país, Serguei Shoigu, explicou que a ordem de Putin envolve 300 mil reservistas, o que, em suas palavras, representa apenas "1,1% dos recursos que podem ser mobilizados".
A ordem é efetiva a partir desta quarta-feira (21), segundo o presidente russo. O decreto foi publicado pouco depois da exibição do discurso no portal do Kremlin.
Críticas à Otan
Putin fez uma série de críticas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O líder afirmou que os ataques por parte da aliança contra a Rússia aumentaram nos últimos anos.
Segundo ele, o Ocidente não deseja paz entre Ucrânia e Rússia. "Não estão satisfeitos com uma solução de paz. Quando estivemos buscando atingir compromissos, houve comandos para atrapalhar negociações".
Em sua visão, líderes ocidentais que vem buscando apoiar a Ucrânia com equipamentos militares visando o longo prazo estão tomando uma posição "irresponsável".