O professor cearense Jorge Brito, 35, dava uma aula virtual para uma turma da 3ª série do Ensino Público em Washington quando, na tarde desta quarta-feira (6), começaram a surgir os barulhos de bomba e sirenes, na capital dos Estados Unidos. Uma multidão se dirigia para invadir o Capitólio - o Congresso americano - onde Joe Biden seria reconhecido como presidente.
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A casa de Jorge fica a sete minutos de carro do Capitólio. Natural de Fortaleza e morando nos Estados Unidos há 15 anos, o professor narra uma tarde de terror, quando precisou trancar as portas de casa, fechar as cortinas, desligar as luzes e permanecer escondido.
Terror
Ele reside com o marido e dois filhos, decidiu cancelar um jantar com uma amiga, que mora distante apenas três quarteirões. “Não era seguro, não tem como sair de carro porque a polícia trancou as ruas”, contou o cearense.
“Vim para este país porque aqui me sentia livre, estudei e dei tudo de mim para morar aqui [...] já pensei em me mudar para outro lugar”, conta.
Centenas de americanos invadiram o Congresso nesta tarde. O presidente Donald Trump, através do Twitter, incentivou a ação que mais tarde, viria a vitimar uma mulher ferida no confronto. Ele pediu que seus apoiadores se manifestassem pacificamente. Mais tarde, Trump solicitou que os manifestantes se retirassem do local.
Toque de recolher
A tensão entre Trump e demais autoridades americanas vem desde o dia 7 de novembro. Ele rejeita o resultado e utilizou de recursos legais para reverter o quadro. Trump Levou a eleição para a Justiça mais de 60 vezes, acusando a existência de fraude.
A prefeitura manteve um toque de recolher das 6 da tarde até as 6 da manhã, por medida de segurança. Cidades vizinhas também anunciaram, já no início da noite, uma medida parecida.
“Acho que a situação já está sob controle. Espero que isso sirva de lição para todo mundo se unir, para encontrar o meio termo para que as pessoas possam viver em civilização”, disse ainda o professor.