Considerado extinto há quase 25 anos, o peixe de água doce gobião-pintado-do-sul, também conhecido como peixe-zumbi, foi reintroduzido na natureza, na Austrália, após pesquisadores descobriram que esse animal produziu mais de 3 mil filhotes em cativeiro, durante um teste de sucesso.
Um grupo de biólogos da Middle Creek Aquaculture criou alguns exemplares da espécie em cativeiro com intuito deles se reproduzirem no momento adequado, conforme informações da ABC News. O estudo se mostrou bem-sucedido após resultar nos milhares de filhotes, quantidade superior ao que era previsto pelos pesquisadores.
O retorno das criaturas ao meio ambiente aconteceu na semana passada, 6 de dezembro, no pântano Riley Street Rereation Reserve, em Bendigo, próximo à Sydney.
O peixe-zumbi se assemelha a um peixinho dourado e foi considerado extinto em 1998. Ele cresce até 12 cm de comprimento, se reproduz melhor durante o verão e prefere viver nas profundezas de rios.
Ambiente propício à reprodução
Conforme a pesquisa, os exemplares da espécie foram soltos em uma área que "não tem competidores naturais" por espaço ou por alimentação, com intuito de que eles possam se reproduzir no novo habitat. Os cientistas esperam que os 3 mil filhotes se multipliquem no próximo ano e avancem pelas planícies de inundação natural da região.
"Se eles se deslocarem para outras regiões a partir dos pontos de onde os lançamos, eles crescerão rapidamente. Com sorte, estarão amadurecidos no próximo outono", explicou o líder do grupo de pesquisadores, Peter Rose.
O líder da equipe de reservas naturais de Bendigo, Mark Toohey, destacou que o pântano foi escolhido para facilitar a reprodução do peixe-zumbi.
"Vamos deixar a natureza seguir seu curso. Basicamente, vamos deixá-los em paz e deixar os peixes fazerem o que fazem naturalmente", detalhou.
Três machos e oito fêmeas
O teste foi realizado com relações desenfreadas de somente um macho maduro e cinco fêmeas em cativeiro, conforme contou outro participante da pesquisa, Chris Lamin.
"Foi necessário aumentar lentamente a temperatura da água, de acordo com os horários do dia nos quais a luz solar é mais forte, em um ambiente controlado. Em seguida, observamos o comportamento das fêmeas e notamos que elas, gradualmente, ficavam com barrigas grandes e gordas, indicando o surgimento de muitos ovos", revelou.
Nos últimos anos, os 3 mil filhotes foram produzidos por um grupo de apenas três machos e oito fêmeas.
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