Os protestos pela morte de George Floyd, após ser imobilizado por um policial nos Estados Unidos, se espalham pelo mundo. Vários atos ocorreram neste sábado (6) e outros estão marcados para este domingo (7) contra a desigualdade social e a violência policial, desafiando a pandemia do novo coronavírus.
O ex-segurança negro foi asfixiado por um policial branco, no último dia 25 de maio, em Minneapolis. Desde então, começou uma série de protestos em homenagem a Floyd e contra o racismo.
Na Austrália, o primeiro país a protestar fora dos EUA, milhares de pessoas marcharam no sábado, levando faixas com a frase "Não consigo respirar". A frase é uma referência às últimas palavras de Floyd, enquanto era sufocado por quase nove minutos pelo joelho de um policial durante sua detenção.
No país australiano, o objetivo dos atos, segundo os organizadores, é denunciar o alto índice de detenção entre os aborígines, bem como os membros dessa comunidade mortos quando estavam sob custódia policial. Foram mais de 400 nos últimos 30 anos.
No Reino Unido, um protesto foi realizado na frente do Parlamento, em Londres. Depois de várias horas de manifestação pacífica, incidentes se apresentaram ao final do dia nos arredores de Downing Street, centro de Londres. Garrafas foram atiradas na direção da polícia, que tentou dispersar os manifestantes.
Mundo
Na França, ainda na Europa, voltaram para o primeiro plano as denúncias de violência policial nos últimos anos. Manifestações foram convocadas no país para "ampliar o movimento de solidariedade internacional contra a impunidade na aplicação da lei" - 23.300 pessoas participaram, 5.500 delas em Paris, de acordo com o governo francês.
Na Alemanha, cerca de 10 mil pessoas se reuniram silenciosamente em protesto na famosa Alexanderplatz, a maioria vestida de preto e usando máscaras.
EUA
Nos Estados Unidos, milhares de manifestantes marcharam, neste sábado, rumo à Casa Branca. Eles clamavam nas ruas: "sem justiça, não há paz". Depois que Floyd foi homenageado em Minneapolis, uma despedida ocorreu neste sábado, em Raeford, na Carolina do Norte, seu estado natal, onde as autoridades ordenaram que as bandeiras fossem colocadas a meio-mastro.
Seu caixão foi recebido por uma multidão que o aplaudiu. Milhares de pessoas formaram fila para se despedir de Floyd. Essa série de protestos representa um dos grandes desafios para a tumultuado governo do presidente norte-americano Donald Trump, às vésperas das eleições presidenciais. Trump condenou a morte de Floyd, mas também se referiu, nas redes sociais, aos manifestantes como "bandidos" e "terroristas" e foi acusado de agravar as tensões em protestos no país.
Um grupo de direitos humanos entrou com uma ação contra Trump na Justiça depois que as forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo em um protesto pacífico. No fim de semana passado, houve tumultos, com saques, em paralelo às manifestações.
Após esses distúrbios, autoridades decretaram inéditos toques de recolher que já foram levantados em Washington, Los Angeles e outras cidades, mas continua em Nova York com restrições.