Nova York afundando? Famosos arranha-céus colocam cidade americana em risco, alerta serviço geológico

Alerta foi feito pelo Serviço geológico dos Estados Unidos; segundo a entidade, estruturas colocam em risco mais de 8 milhões de pessoas

Nova York está afundando e, em parte, por causa do peso dos famosos arranha-céus. Um estudo do serviço geológico dos Estados Unidos descobriu que a cidade afunda de 1 a 2 mm por ano.

Um dos autores da pesquisa, o geofísico Tom Parsons, explica que há muitos fatores que contribuem para isso. “Quando você bombeia a água do solo para beber, isso faz com que essa área afunde, porque a água não está mais lá", disse ao g1.

"Quando você tem uma cidade grande, há uma tendência de desviar córregos e rios e mudar os padrões de drenagem, e isso também pode afetar a elevação no terreno. E o nosso estudo descobriu que o peso dos edifícios já é suficiente para causar compressão no solo”.

Em Nova York, são toneladas de concreto, aço e cimento. Essas estruturas enormes são pesadas: 842 milhões de toneladas, que pressionam o terreno da cidade e colocam em risco a população de mais de 8 milhões de pessoas.

O prédio com maior massa é o quase centenário Empire State. Mas os edifícios que fazem mais pressão sobre o solo são o moderníssimo Central Park Tower e o novo World Trade Center.

Taxa de afundamento

Um fator importante é o tipo de solo sob os edifícios. Há uma taxa de afundamento mais alta em áreas com solos ricos em argila. Um afundamento de 1 mm por ano pode parecer pouco. 

Mas as águas que banham a ilha de Manhattan subiram 22 cm nos últimos 70 anos. Ou seja, toda e qualquer pressão no solo joga contra a cidade.

A previsão é que até 2050 o nível do mar suba de 20 cm a 76 cm, dependendo de quanto o mundo limitar as emissões de gases causadores do efeito estufa.

Tom Parsons ressaltou que o estudo focou em Nova York, mas que o problema de afundamento é comum em dezenas de cidades costeiras. Veneza, por exemplo, afunda na mesma intensidade que Nova York.

Quase 100 cidades sob risco

Conforme Parsons, “nosso estudo concluiu que há 99 cidades no mundo todo com mudanças na elevação. A grande maioria está afundando, provavelmente, por causa de uma combinação de efeitos tectônicos e também da presença de pessoas",

Para ele, se olharmos para as estatísticas da ONU, elas estimam que até 2050 cerca de 70% da população mundial vai viver em grandes cidades. A maioria, em áreas costeiras ou perto delas. 

Assim, defende o estudioso, essa é uma questão para o mundo inteiro observar.