Ao menos 70 corpos de detentos do presídio New Bilibid, maior prisão das Filipinas, foram sepultados nesta sexta-feira (2). O enterro em massa ocorreu semanas depois que os restos mortais foram achados pela polícia em uma funerária de Manila, capital do país.
A descoberta dos corpos foi feita durante uma investigação sobre a morte de um detento acusado de envolvimento na morte de um jornalista em outubro. Ao todo, foram encontrados 176 cadáveres.
Conforme a diretora interina dos serviços de Saúde e Bem-estar do Departamento de Correções, órgão pertencente ao Departamento de Justiça Filipino, a maioria das mortes foi motivada por “causas naturais”. Cecilia Villanueva declarou ainda que o enterro em massa desta sexta-feira foi o maior já feito pela organização.
140 corpos já foram enterrados, 27 deles não puderam ser autopsiados novamente devido ao estado de decomposição, Villanueva também afirmou que o restante dos mortos, que ainda seguem na funerária, oito serão reexaminados por um patologista forense da região.
Villanueva chamou a atenção para o fracasso da equipe penitenciária em garantir que os presos recebessem enterros dignos. Geralmente, os corpos são mantidos na funerária credenciada pelo presídio por três meses, para que os parentes tenham tempo de recuperá-los.
Investigações
De acordo com as investigações avançadas, os corpos começaram a se acumular na funerária em dezembro de 2021, depois que as famílias dos falecidos, a maioria delas pobres, não os reivindicaram.
O enterro em massa que ocorreu nesta sexta se soma à lista de escândalos recentes do Departamento de Correções do país, que administra o superlotado sistema prisional das Filipinas.
O chefe da instituição, Gerald Bantag, é acusado de ter mandado matar um radialista e um interno, o qual teria repassado a ordem de morte ao atirador.