Jornalista argentino revela abusos na família ao vivo: 'Degradante'

Ele e os irmãos foram vítimas de violência sexual por parentes, segundo relato do jornalista

Um jornalista chocou os telespectadores do telejornal "De 12 a 14", de Rosário, na Argentina, ao revelar uma série de abusos na família desde que era criança. As informações são do Uol.

"Vocês me conhecem, trabalho na mídia há 18 anos. Contei muitas histórias e é a primeira vez que vou contar a minha própria história de vida", declarou Juan Pedro Aleart. Em seguida, ele afirma que o motivo de revelar os abusos é para ajudar pessoas que passaram por situações parecidas.

Durante o relato, que durou quase 27 minutos, Juan conta que decidiu se afastar do pai há uma década. "Meu pai, além de violento, abusou sexualmente da minha irmã desde os 3 anos de idade, sendo HIV positivo", revelou.

"Isso causou gravíssimos problemas de saúde à minha irmã. Felizmente, ele não a infectou, mas sou testemunha de seus ataques de pânico, de ansiedade, insônia, queda de cabelo e perda de peso corporal. Sei que em diversas ocasiões ela pensou em tirar a própria vida, em decorrência de tudo que meu pai fez com ela", afirmou.

Segundo o jornalista, alguns dos abusos aconteceu na sua frente quando era criança e o pai convencia ele e o outro irmão de que a menina era louca. Juan apoiou a irmã a apresentar uma queixa-crime contra o abusador, mas ele cometeu suicídio após ser notificado.

Em seguida, o argentino afirma que também foi vítima de violência sexual do próprio tio. "Enquanto tudo isso acontecia na minha casa, com um pai violento e abusivo, uma mãe que era vítima e cúmplice, uma casa onde se naturalizavam o abuso e a violência, um tio em quem confiava, que cumpriu em muitas situações o papel de pai comigo, aproveitou-se do contexto de extrema vulnerabilidade em que me encontrava e abusou sexualmente de mim e do meu irmão a partir dos 6 anos (...). Denunciei tudo, mas numa casa como essa, meus pais não fizeram nada", relatou.

Em 2022, ele denunciou o tio. "É degradante, constrangedor. Sei que muitos não contaram às suas esposas, aos seus filhos, aos seus amigos, aos seus psicólogos. Quero lhe dizer que a única maneira de curar é usando palavras, falar sobre isso, denunciar. O silêncio é o melhor amigo dos abusadores. Vamos aprender com as mulheres que são corajosas e que denunciam", incentivou.