França proíbe o TikTok na Nova Caledônia após onda de tumultos deixar quatro mortos

Exército foi mobilizado na região depois da terceira noite de confrontos entre policiais e manifestantes

Após quatro dias de conflitos na Nova Caledônia, a França anunciou a proibição do TikTok, aplicativo que está sendo usado pelos manifestantes. Nesta quinta-feira (16), foi aplicado um toque de recolher e o exército foi mobilizado na região. O presidente francês Emmanuel Macron também impôs um regime de exceção que entrou em vigor às 5h de hoje, e restringe a liberdade de circulação e de reunião. 

O primeiro-ministro, Gabriel Attal, detalhou que o envio do Exército busca "proteger os portos e o aeroporto da Nova Caledônia". As medidas são tomadas enquanto o território no Pacífico passa por diversos distúrbios, que já causou a morte de quatro pessoas e deixou centenas de feridos. 

Os protestos eclodiram em resposta a uma reforma do censo eleitoral promovida pelo governo francês que, segundo os líderes do povo indígena kanak, diluirá sua influência nas instituições do território.

Desde segunda-feira (13), o arquipélago tem sido palco de confrontos entre manifestantes e policiais, saques de comércios, incêndios de prédios públicos e de escolas e tiroteios. 

Cenário de violência

A noite de quarta-feira foi "menos violenta" que as duas anteriores, embora tenham ocorrido "confrontos muito importantes", segundo Louis Le Franc, representante do Estado nesse território colonizado pela França em meados do século XIX. 

As autoridades francesas indicaram que quatro pessoas morreram, entre elas um gendarme de 22 anos baleado, e "centenas" ficaram feridas, incluindo 64 agentes das forças de segurança.

Nesta quinta, morreu outro gendarme, atingido por um "tiro acidental" de um companheiro, informaram as autoridades, que indicaram que mais de 206 pessoas foram presas no arquipélago de 270.000 habitantes. 

Emmanuel Macron denunciou a violência, mas defendeu "retomar o diálogo político", e propôs aos deputados do território uma reunião por videoconferência nesta quinta para abordar a situação. No entanto, Attal condicionou esse diálogo ao restabelecimento da ordem no território.