Os Estados Unidos fecharam um acordo com Khalid Sheikh Muhammad, homem acusado de ser o autor intelectual dos ataques de 11 de Setembro de 2001 em Washington e Nova York, além de dois outros homens. A decisão anunciada pelas autoridades norte-americanas evitou a condenação à pena de morte. As informações são do jornal O Globo.
Sheikh Muhammad foi preso em 2003, no Paquistão, tendo passado por diversas instalações secretas da agência de inteligência americana (CIA). Ele foi levado para a prisão militar da base de Guantánamo, em Cuba, onde passou por quase 200 sessões de tortura. Os EUA pediram a pena de morte em 2008, mas o caso ficou sem solução por mais de 10 anos. Os rumores dão conta de que os interrogatórios envolvendo atos de violência teriam “contaminado” o processo.
Para dar um desfecho ao caso, promotores norte-americanos tentaram negociar, ao longo de mais de dois anos, um acordo para que Sheikh Muhammad, Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi fossem declarados culpados das acusações, incluindo o assassinato das 2.976 pessoas que morreram nos ataques. Em contrapartida, eles seriam condenados à prisão perpétua, evitando uma possível pena de morte e um julgamento ainda mais longo.
Em um tribunal militar na próxima semana, as declarações de culpa devem ser apresentadas. De acordo com a publicação, parte das famílias das vítimas dos ataques às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, ao Pentágono, em Washington, e na queda do Voo United 93, mostraram-se contra o acordo, argumentando que os três homens devem ser julgados e condenados à morte. O acordo prevê que familiares podem enviar questões aos acusados até meados de setembro, e devem receber um retorno até o fim do ano.
Acusados
Khalid Sheikh Muhammad é acusado de ser o principal autor dos ataques, e era o homem de confiança do líder da rede al-Qaeda, Osama Bin Laden, morto no Paquistão em 2011. Além de ser apontado por arquitetar os atentados, ele também confessou ter matado e decapitado o jornalista americano Daniel Pearl, em 2002, além de ser cúmplice de um atentado anterior ao World Trade Center, em 1993, que vitimou seis pessoas.
Walid Bin Attash é apontado como treinador dos dois dos homens que sequestraram as aeronaves usadas nos atentados. Foi capturado com Sheikh Muhammad, no Paquistão, em 2003.
Já Mustafa al-Hawsawi é acusado de ter financiado os ataques. Ele foi preso no Paquistão em março de 2003 e, posteriormente, encaminhado para Guantánamo em 2006. O homem ainda foi apontado como um "buraco negro legal" por organizações de defesa dos direitos humanos.