Os Estados Unidos informaram nesta quarta-feira (23) que pelo menos 3 mil soldados da Coreia do Norte estão na Rússia. O envio ocorre enquanto Kiev e seus aliados ocidentais temem que a mobilização vire um grande deslocamento de tropas para apoiar a invasão russa à Ucrânia.
Segundo Washington, “entre o início e meados de outubro, a Coreia do Norte enviou pelo menos 3 mil soldados” para o leste da Rússia, confirmando informações fornecidas pela Coreia do Sul.
Pyongyang, capital da Coreia do Norte, e Moscou, capital da Rússia, se aproximaram desde a invasão russa da Ucrânia em 2022, enquanto Seul e Washington denunciam que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, tem enviado armas para serem utilizadas no conflito.
No entanto, o envio de tropas para apoiar o exército russo — que está sofrendo grandes baixas no leste da Ucrânia — seria uma escalada significativa desse apoio e um alerta por parte de Kiev e seus aliados.
Em declarações à imprensa, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que se os soldados norte-coreanos "decidirem se unir aos combates na Ucrânia, se tornarão alvos legítimos".
'Perguntem a Pyongyang'
Os meios de comunicação estatais da Coreia do Norte não se pronunciaram desde que a agência de espionagem sul-coreana disse na semana passada que Pyongyang havia enviado um contingente de 1.500 soldados à cidade russa de Vladivostok.
Moscou se recusou nesta quarta-feira a confirmar ou rejeitar os relatos e disse aos jornalistas que deveriam "perguntar a Pyongyang" onde estão suas tropas. "Por favor, esclareçam isso com Pyongyang", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, em uma coletiva de imprensa.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou mais cedo que Washington tem provas da presença de soldados da Coreia do Norte na Rússia. A porta-voz da OTAN, Farah Dakhlallah, indicou que países "aliados confirmaram evidências do desdobramento de tropas norte-coreanas na Rússia", mas não identificou quais nações.
"Se essas tropas estão destinadas a combater na Ucrânia, isso marcaria uma escalada significativa no apoio da Coreia do Norte à guerra ilegal da Rússia e outro sinal das perdas significativas da Rússia no campo de batalha", expressou Dakhlallah em um comunicado.