O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou nesta quarta-feira (18) a Tel Aviv, em Israel, para expressar solidariedade ao país, que está em guerra com o grupo Hamas, responsável pelo comando na Faixa de Gaza. A visita é considerada de alto risco e ocorre em meio à troca de acusações sobre a autoria do ataque ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza.
Segundo o Ministério da Saúde do País, pelo menos 471 mortes foram confirmadas na unidade de saúde atacada.
"Eu fiquei profundamente triste e indignado com a explosão de ontem no hospital de Gaza. E com base no que vi, parece que foi feito pelo outro lado, não por vocês", disse Biden ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
"Temos que ter em mente que o Hamas não representa todo o povo palestino e só provocou sofrimento", acrescentou Biden. Durante a visita, ele pretende se encontrar com famílias de vítimas do ataque do braço armado do Hamas em Israel no último dia 7. "Os americanos estão de luto com vocês", disse Biden a Netanyahu.
O primeiro-ministro de Israel recebeu Biden na pista do aeroporto Ben Gurion. O norte-americano desembarcou do Air Force One às 11h01 (5h pelo horário de Brasília) e também cumprimentou o presidente israelense, Isaac Herzog.
Esquema de segurança
Biden e Netanyahu conversaram rapidamente na pista, cercados por guardas, sob medidas de segurança rigorosas mesmo para o presidente americano, antes que as comitivas partissem para um hotel em Tel Aviv.
Centenas de policiais e soldados armados estão posicionados nos arredores do hotel, com atiradores nos telhados dos edifícios próximos.
Tel Aviv fica a apenas 65 quilômetros da Faixa de Gaza, que Israel bombardeia sem trégua desde o ataque executado por milicianos do movimento palestino Hamas, que governa o pequeno enclave, em 7 de outubro.
Reunião cancelada
A missão diplomática rumo ao Oriente Médio tinha, inicialmente, o intuito de acalmar a região e fortalecer os esforços humanitários para Gaza. As mudanças de planos ocorreram depois do ataque ao hospital, resultando no cancelamento, por decisão da Jordânia, de uma cúpula planejada com Biden, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a Tel Aviv antes da visita de Joe Biden.
Além de uma reunião com Netanyahu, Biden terá um encontro mais amplo com o gabinete de guerra de Israel. A informação é do porta-voz do NSC, John Kirby, que foi concedida a repórteres no Air Force One.