Detalhes do antigo anfiteatro de Ammaia, cidade romana fundada no século 1 d.C., foram revelados durante campanha de escavação feita entre 10 e 29 de julho na região do Alentejo, em Portugal.
O Museu Nacional de Arte Romana de Mérida anunciou neste domingo (30), pelas redes sociais, que foi localizada uma nova porta de acesso ao edifício de espetáculos de cerca de 54 metros de largura distribuídos de forma elíptica.
A arquitetura comporta paredes de alvenaria de pedra e bancadas de madeira.
As atividades compõem um projeto de técnicos do museu espanhol e de professores da Universidade de Lisboa, de Portugal.
Agora, as equipes querem se debruçar sobre as cáveas (celas subterrâneas) de toda a estrutura e das bancadas dos espectadores.
Os pesquisadores entendem que esse espaço "abre novas perspectivas e possibilidades para um acesso secundário ao edifício ou um novo espaço auxiliar", mas "só a continuação do trabalho poderá fornecer uma resposta".
Evidências sobre o passado
Ammaia, objeto de estudo de arqueólogos a partir de 1994, pode ter sido habitada até meados do século 6, como mostram evidências. Uma moeda e uma epígrafe desse período já foram encontradas na antiga cidade.
“Pujante e planificada, a cidade pode ter tido dois mil habitantes no seu período áureo”, revela Carlos Fabião, arqueólogo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, ao site National Geographic Portugal.
“Há vestígios de materiais provenientes daqui em todos estes povoados circundantes, e as fontes escritas do século 16 testemunham que estes monumentos foram um depósito particular onde a população vinha buscar rochas e materiais nobres”, completou.
Os estudos iniciais apontavam que o local teria apenas cerca de 10 hectares. Já as análises de geofísica superaram esse número e indicaram uma área urbana de 25 hectares.
“Comparado com outros do mundo romano, ele é modesto", observou Carlos Fabião, arqueólogo e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa ligado a Ammaia desde 2013, ao site CNN Portugal.
"Mas tenho a certeza de que é o anfiteatro com a vista mais bonita de toda a Lusitânia”, conclui.