Um deslizamento de terra causado pelas chuvas mais intensas das últimas duas décadas em Quito, capital do Equador, deixou pelo menos 14 mortos, nove desaparecidos e 32 feridos nessa segunda-feira (31). O balanço de vítimas foi atualizado na madrugada pelo Serviço Nacional de Gerenciamento de Riscos e Emergências (SNGRE).
"O número de mortos subiu para 14; de casas destruídas, para três; e de famílias afetadas, para três", informou o SNGRE, que mais cedo havia dado 11 óbitos. Casas, uma unidade policial, uma subestação de energia elétrica, postes e veículos de patrulha ficaram destruídos ou danificados pela violenta corrente.
Conforme o prefeito Santiago Guarderas, o volume de água das precipitações foi 75 litros por m², quando estavam previstos apenas dois litros por m². "É um número recorde, que não tínhamos desde 2003", afirmou o gestor citando que, no último sábado (29), a média na cidade foi de 3,5 litros por m².
Guarderas relatou ainda que a chuva torrencial ultrapassou a capacidade de uma estrutura de captação de água situada em uma encosta e levou a uma torrente que "se chocou contra uma quadra". Naquele momento, havia um grande grupo de jogadores de vôlei e de torcedores na quadra no momento do incidente.
Resgate
O Ministério da Saúde transportou os feridos em 25 ambulâncias, enquanto a prefeitura de Quito, com o apoio de outras instituições, mobilizou maquinário para limpar as estradas e o sistema de coleta de água, que entrou em colapso.
Cerca de 60 militares também foram enviados para apoiar os trabalhos de busca e resgate dos bombeiros e da polícia. Desde a noite de segunda-feira (31) estas equipes removem os destroços acumulados.
Devido aos efeitos da atual temporada de chuvas no Equador, que desde outubro passado atingiu 22 das 24 províncias do país, 18 mortes e 24 feridos foram registrados até domingo, bem como quase 2.800 afetados e cerca de 200 desabrigados.
Transtornos
Até agora, 200 pessoas que ficaram desabrigadas foram distribuídas pela prefeitura em oito instituições de acolhimento.
O deslizamento da encosta do vulcão Pichincha afetou o setor de La Gasca, no lado noroeste da capital equatoriana, que vem sofrendo fortes chuvas.
Correntes de água, lama e rocha desceram a íngreme avenida La Gasca, prendendo veículos e inundando casas e ruas, segundo imagens divulgadas pelo Serviço Integrado de Segurança ECU911 para a imprensa.
A zona de emergência também sofreu a interrupção do serviço de energia, devido à queda de postes.