Danilo Cavalcante diz que abriu melancia com a cabeça e bebeu água de riacho para fugir da polícia

Fugitivo foi encontrado escondido em meio a arbustos e troncos de madeira, após passar 14 dias fugindo

Recapturado na quarta-feira (13) após fugir de uma prisão nos Estados Unidos, o brasileiro Danilo Cavalcante contou à polícia que chegou a abrir uma melancia com a própria cabeça enquanto fugia, conforme informações do Uol

Cavalcante disse que ficou três dias sem comer até roubar a melancia de uma fazenda, que abriu com a própria cabeça. Nos dias anteriores, ele sobreviveu tomando água de um riacho.

A tática foi usada para não ser rastreado por agentes em Chester, na Pensilvânia. O brasileiro ainda conseguiu roubar uma mochila e encontrou uma navalha, usada para raspar a barba e mudar sua aparência. Ele também roubou um par de botas e substituiu os sapatos da prisão.

"Não sei se ele era particularmente habilidoso. Ele estava desesperado. Você tem um indivíduo cuja escolha é voltar para a prisão para o resto da vida ou continuar tentando escapar da captura. Ele escolheu escapar da captura", disse o Tenente-coronel da polícia estadual, George Bivens. 

Aos investigadores, Danilo disse ter ouvido a mensagem transmitida por um helicóptero pedindo que ele se rendesse. "Ele disse: 'Eu sabia que tinha que pagar pelo que tinha feito. No entanto, eu não estava disposto a pagar com a minha vida'", relatou o vice-marechal dos EUA, Robert Clark.

Recaptura 

O brasileiro conseguiu se esconder da polícia americana por 14 dias e tinha planos de roubar um carro e atravessar a fronteira para chegar ao Canadá.

Com a ajuda de imagens térmicas e a ação de cães, a perseguição ao brasileiro se encerrou, nessa quarta-feira (13), quando o fugitivo foi encontrado escondido em meio a arbustos e troncos de madeira. 

Danilo também contou às autoridades que os agentes “quase pisaram nele várias vezes” durante as buscas, enquanto ele se escondia no mato.

O que Danilo Cavalcante fez

O brasileiro foi condenado após assassinar, a facadas, a ex-namorada, a também brasileira Débora Brandão, de 34 anos, em abril de 2021. Conforme as investigações, o acusado não aceitava o fim do relacionamento e, desde 2020, ameaçava a vítima.

Ele fugiu antes de ser transferido para uma penitenciária estadual, onde iria cumprir prisão perpétua pelo crime cometido. Contudo, após a recaptura, ele foi levado para uma penitenciária de segurança máxima.

Fuga por túnel subterrâneo

No início da fuga, Cavalcante estava na área de Longwood Gardens, ao sul do condado de Chester, onde roubou uma van próximo ao presídio em que estava. A polícia suspeita que o brasileiro conseguiu romper o perímetro de buscas passando por uma vala de drenagem ou um túnel subterrâneo.

Especialistas apontaram que o fugitivo costumava se mover pela região durante a noite e invadir propriedades em busca de alimentos e outros suprimentos, como roupas e calçados. 

Cerco ao brasileiro fugitivo

Segundo o tenente-coronel George Bivens, da polícia do estado da Pensilvânia, o momento da captura ao brasileiro foi iniciado quando um alarme contra roubo foi acionado no perímetro.

“Nosso pessoal investigou isso, não encontrou Cavalcante ou qualquer outra pessoa, mas começamos a levar nosso pessoal para aquela área. Já estávamos vasculhando uma área próximo de lá com algumas equipes táticas”, disse Bivens.

A Polícia Estadual da Pensilvânia usou uma aeronave com tecnologia de imagens térmicas, que conseguiu capturar a temperatura corporal de Danilo na paisagem, na madrugada da quarta-feira (13). Porém, devido a uma chuva com raios, a aeronave foi obrigada a parar o monitoramento. Enquanto isso, a equipe tática cercou a área onde a fonte de calor foi captada. “Cavalcante não percebeu que estava cercado”, apontou Bivens.

O cerco montado para capturar o fugitivo incluiu o uso de cães, patrulhas montadas, equipes táticas, helicópteros e drones — que dispunham de câmeras que produziam imagens térmicas que auxiliaram na localização do brasileiro.

Nova tentativa de fuga

Após Danilo perceber a aproximação das equipes, ele tentou uma nova fuga. “Ele tentou rastejar pela vegetação rasteira, levando consigo seu rifle”, contou Bivens.

No momento da abordagem, Cavalcante foi alcançado pelo cão Yoda, que faz parte de uma equipe de agentes que patrulham a fronteira dos EUA com o México. Após morder o brasileiro, o cachorro recebeu o comando de recuar, e os agentes que estavam próximos assumiram a abordagem.

Mesmo após a mordida, o fugitivo continuou resistindo à captura. Conforme as autoridades, ele “foi levado sob custódia à força” e levado para uma prisão de segurança máxima.