Roberto Gomes Júnior, de 33 anos, atacado na noite do último sábado (13) em Limmerick, na Irlanda, relatou ter sido vítima de xenofobia ao Irish Times, na quarta-feira (17). Natural de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, o brasileiro mudou-se para a Europa há cerca de dois anos. Atualmente, está matriculado em um curso de inglês para aprimorar o idioma e trabalha meio período em um indústria hospitalar no país.
Tudo aconteceu quando o carioca foi surpreendido por volta das 22h30 quando voltava do trabalho para casa acompanhado de seu irmão, de 28 anos. Gomes relatou ao periódico ter sido abordado por um desconhecido, que o questionou sobre sua origem. “Foi muito rápido. Eu nem tive tempo de me defender. Não tenho dúvidas de que se tratou de uma agressão racista, porque quando ele [o agressor] percebeu que não éramos irlandeses, disse 'Ok' e nos bateu (...) Caí direto no chão e foi então que percebi que estava coberto de sangue. Foi como viver um pesadelo”, revelou.
Roberto foi atingido na cabeça com um objeto e precisou ir para o hospital. Ao levar seis pontos na testa, teve despesa hospitalar de € 100 (cerca de 554 reais), revelou ao portal Uol nesta sexta-feira (19). O irmão não precisou ser atendido.
Devido aos ferimentos, Roberto teve de se afastar do trabalho por alguns dias. No entanto, planeja retornar neste sábado (20), para não perder sua fonte de renda. “Só não vou embora amanhã porque eu não tenho o dinheiro suficiente”, disse o carioca. “Não é só o dinheiro da passagem, eu preciso de algo para começar a minha vida de novo no Brasil. Também não volto amanhã porque comecei uma luta aqui contra esse tipo de ataque", acrescentou.
Mesmo não retornando ao Brasil agora, o carioca se desencantou em viver no exterior e faz planos para deixar o país daqui alguns meses. “Depois disso estou com medo de ficar aqui. Meus planos de partir em junho provavelmente serão antecipados”, disse ao jornal local Limmerick Post.
Ele também comentou, dessa vez ao Irish Times: "Cada vez que me olhar no espelho de agora em diante, verei a cicatriz e lembrarei que isso aconteceu na Irlanda. É traumatizante”.