Boeing espera que voos do 737 MAX sejam autorizados em meados do ano

Ações da fabricante de aeronaves desabam mais de 5%

A Boeing adiou oficialmente nesta terça-feira (21) o possível retorno aos céus do 737 MAX, indicando que não espera ter as autorizações necessárias antes da metade do ano.

"Atualmente, estimamos que a decolagem do 737 MAX começará em meados de 2020", disse a Boeing em nota a seus clientes e fornecedores. 

O anúncio foi feito depois que o preço de suas ações em Wall Street foi suspenso após cair mais de 5% devido a indícios de um novo atraso no retorno do 737 MAX. 

Essas aeronaves estão impedidas de voar em todo o mundo após dois acidentes que deixaram 346 mortos.

Após a declaração da empresa, os papéis da Boeing foram negociados novamente e continuaram a cair em torno de 4%. 

A Boeing adiou reiteradamente sua programação para o MAX porque não consegue cumprir as metas que estabeleceu no ano passado. 

Meados de 2020 é muito mais do que os analistas esperavam e é provável que ocorra outro atraso.

A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) criticou a Boeing por considerar que seu programa MAX é muito agressivo e deu a entender que a empresa fez isso deliberadamente  para pressionar as autoridades a rapidamente dar o seu aval. 

Na terça-feira, um porta-voz da FAA informou que não há data para a certificação MAX.

"Continuaremos a trabalhar com outras autoridades reguladoras de segurança para revisar o trabalho da Boeing enquanto a empresa faz os ajustes de segurança necessários e soluciona todos os problemas que surgem durante os testes", afirmou a FAA.

A Boeing disse que sua nova meta "responde ao rigoroso escrutínio que as autoridades reguladoras estão aplicando corretamente em todas as etapas de sua revisão".