Ao menos duas pessoas morreram na manhã desta terça-feira (15) em ataques contra zonas residenciais de Kiev, antes da aguardada retomada das negociações iniciadas na véspera entre Rússia e Ucrânia. Parcialmente cercadas pelas tropas russas, a capital acordou com três grandes explosões. Os serviços de emergência afirmaram que zonas residenciais em vários distritos foram atacadas.
Em Sviatoshyn, zona oeste de Kiev, um bombardeio atingiu um edifício de 16 andares, "onde os corpos de duas pessoas foram recuperados e 27 pessoas foram resgatadas", informaram as autoridades locais em um comunicado.
Outra ofensiva, que não deixou vítimas, atingiu uma casa em Osokorky (sudeste) e disparos de artilharia provocaram um incêndio rapidamente controlado em um prédio residencial de Podilsk (noroeste), onde uma pessoa foi hospitalizada.
No mesmo local, repleto de vidros e escombros, uma coluna de fumaça saía do enorme buraco provocado pelo impacto enquanto os moradores jogavam os objetos destruídos de suas casas pelas janelas quebradas.
Negociações
Os ataques aconteceram antes da retomada das negociações por videoconferência entre os dois lados. Nessa segunda-feira (14), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que o primeiro dia de conversas foi "bom". "Mas veremos, continuarão amanhã (terça-feira)", disse.
Moscou exige que a Ucrânia se afaste da Otan e reconheça a soberania das regiões separatistas pró-Rússia do leste do país, que tiveram a independência reconhecida pelo presidente russo Vladimir Putin poucos dias antes da invasão iniciada em 24 de fevereiro.
Já Kiev exige um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas de seu território.
Os primeiros-ministros da Polônia, República Tcheca e Eslovênia viajarão nesta terça-feira a Kiev como representantes do Conselho Europeu.
Mateusz Morawiecki, Petr Fiala e Janez Jansa "viajam hoje (terça-feira) a Kiev na qualidade de representantes do Conselho Europeu para um encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o primeiro-ministro Denis Shmyhal", afirma um comunicado divulgado pelo governo polonês.
O objetivo da visita é "reafirmar o apoio inequívoco do conjunto da União Europeia (UE) à soberania e independência da Ucrânia e apresentar um conjunto de medidas de apoio ao Estado e sociedade ucranianos", acrescenta a nota.