Após bombardeio à usina, Ucrânia acusa Rússia de recorrer ao 'terror nuclear'

Líder ucraniano alertou que uma explosão aos 15 reatores nucleares do país pode representar o "fim da Europa"

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, acusou Moscou nesta sexta-feira (4) de recorrer ao "terror nuclear" e de querer "repetir" a catástrofe de Chernobyl. A declaração ocorreu no momento em que ele denunciava o bombardeio russo à usina nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa.

"Alertamos o mundo inteiro para o fato de que nenhum outro país, exceto a Rússia, disparou contra usinas nucleares. Esta é a primeira vez em nossa história, a primeira vez na história da humanidade. Este Estado terrorista está agora recorrendo ao terror nuclear", criticou Zelensky. 

Ainda no vídeo divulgado pela presidência ucraniana, ele advertiu que a "Ucrânia tem 15 reatores nucleares. Se houver uma explosão, é o fim de tudo. O fim da Europa. É a evacuação da Europa.

"Só uma ação europeia imediata pode deter as tropas russas. Devemos evitar que a Europa morra de um desastre nuclear", insistiu o presidente.

Ataque

Segundo Kiev, um bombardeio russo na madrugada desta sexta-feira (4) afetou a usina nuclear de Zaporizhia, localizada a cerca de 150 quilômetros ao norte da península da Crimeia.

O incêndio afetou um prédio e um laboratório, mas a segurança nuclear da usina está "garantida" por enquanto, disseram as autoridades ucranianas.

Afirmações do regulador ucraniano à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicam que os níveis de radiação do local não foram alterados e o fogo não atingiu os equipamentos "essenciais".

Em 24 de fevereiro, os combates já haviam eclodido perto da antiga usina de Chernobyl, cenário da pior catástrofe nuclear da história em 1986, atualmente sob controle russo.

"Centenas de milhares de pessoas sofreram as consequências (de Chernobyl), dezenas de milhares foram evacuadas. A Rússia quer repetir isso e está em processo de repeti-lo", acusou Zelensky.