Fiocruz alerta para estagnação na cobertura vacinal contra Covid-19 no Brasil

Aplicação da D3 nos mais jovens segue abaixo da média considerada satisfatória, segundo a Fiocruz

Escrito por Diário do Nordeste/Agência Brasil ,
vacina sendo injetada em seringa
Legenda: Fiocruz reforça importância de se completar o esquema vacinal contra a Covid-19
Foto: Thiago Gadelha

A estagnação do crescimento da cobertura vacinal contra a Covid-19 na população adulta, além da desaceleração da curva de cobertura de terceira dose (D3), são motivos de preocupação, alerta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A análise integra nova edição do Boletim do Observatório Covid-19, divulgado nesta quinta-feira (19).

Conforme os dados da Fiocruz, na população acima de 25 anos, a cobertura para o esquema vacinal completo no território nacional é de 80%. No entanto, a D3 nos grupos mais jovens segue abaixo da média considerada satisfatória.

“A análise aponta cobertura de 63,9% na faixa etária de 55 a 59 anos, 57,9% na de 50 a 54 anos, 52,8% de 45 a 49 anos. O percentual diminui gradualmente: a partir de 40 a 44 anos é de 49,8%, de 35 a 39 anos é de 44,7%, de 30 a 34 anos é de 40,3%, de 25 a 29 anos é de 35,5%, de 20 a 24 anos é de 30,4% e de 18 a 19 anos é de 25,2%”, destaca a Fiocruz.

Veja também

De 24 de abril a 14 de maio, o boletim sinaliza os seguintes percentuais, em relação à quarta dose (D4):

  • maiores de 80 anos: 17,7%;
  • de 75 a 79 anos: 12,4%;
  • de 70 a 74 anos: 12%;
  • de 65 a 69 anos: 6,4%;
  • de 60 a 64 anos: 3,4%.

Em relação à D3, nas faixas etárias acima de 65 anos, a cobertura está acima de 80%.

Nas crianças entre 5 e 11 anos, 60% tomaram a primeira dose e 32% estão com esquema vacinal completo.

"Preocupação"

“O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente”, explicam os pesquisadores da Fiocruz.

O boletim alerta que, diante da falta de incentivo do uso de máscaras como medida de proteção coletiva e a não obrigatoriedade da apresentação do passaporte vacinal, a discussão sobre a vacinação torna-se ainda mais importante.

Assuntos Relacionados