Líder do Comando Vermelho preso em Aquiraz é suspeito de matar segurança e aliado que devia R$ 1 mi

'Leleco' responde a quatro homicídios, além de ter sido preso há seis anos por tráfico de drogas, junto da ex-companheira e da tia dela, uma policial civil

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
Legenda: Líder de facção foi preso em uma casa no Porto das Dunas, em Aquiraz, na posse de uma arma de fogo

Francisco Weskley Bento de Lima, o 'Leleco', de 30 anos, apontado pela Polícia Civil como um líder da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e preso em uma casa de luxo no Porto das Dunas, em Aquiraz, responde a pelo menos quatro homicídios ocorridos em Fortaleza. Entre eles, os assassinatos de um aliado, também chefe do CV, que o devia R$ 1 milhão; e de um segurança de uma festa, que o teria retirado do local após uma briga.

A prisão do foragido e a apreensão de uma pistola calibre 380 foram realizadas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), no último dia 20, mas divulgada ontem em coletiva de imprensa. O preso alegou que mantinha a arma de fogo para se proteger de rivais. O delegado-adjunto da Especializada, Klever Farias, afirma que 'Leleco' é o 'Conselheiro de Guerra' da facção carioca, responsável pelo ordenamento de crimes violentos.

"A área de atuação de fato dele é na comunidade do Oitão Preto, no bairro Moura Brasil. (Atuava) Tanto na parte do controle da área da facção, quanto no mando e prática de homicídios e no comando e controle do tráfico de drogas", detalha o delegado.

'Leleco' foi indiciado pela 4ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pelo assassinato de Deimison Costa dos Santos, o 'Tarta', ocorrido no dia 26 de agosto de 2018. Conforme o Relatório Policial, suspeito, vítima e outro homem dividiam o comando do tráfico de drogas na comunidade do Oitão Preto, sendo 'Leleco' o responsável pela Rua da Saudade e 'Tarta', pela região conhecida como Pantanal.

Mas os dois homens brigaram por conta de uma dívida de R$ 1 milhão, 'Leleco' jurou o aliado de morte e 'Tarta' teve que deixar a Comunidade. Ao voltar para o aniversário de um afilhado, foi executado. Testemunhas contaram duas versões à Polícia Civil sobre o motivo da dívida: seria por conta de uma compra de uma carga de drogas que viria do Paraguai ou devido à perda de uma carga roubada avaliada neste valor. O Ministério Público do Ceará (MPCE) devolveu os autos à delegacia para aprofundar a investigação, em fevereiro do ano corrente.

'Leleco' teria assumido o cargo de chefe do tráfico de drogas após a morte da ex-companheira Gabriela de Sousa Bonfim, a 'Gabi'. O casal foi preso junto de uma tia da mulher, uma escrivã da Polícia Civil, por integrarem a quadrilha que fornecia drogas para as regiões da Aldeota e da Praia de Iracema, em uma operação do DHPP em junho de 2014. A policial era suspeita de repassar informações privilegiadas ao grupo criminoso.

Na ocasião, 'Leleco' foi detido em um apartamento na Avenida Beira Mar, na posse de joias, aparelhos celulares, computadores, R$ 14 mil em espécie e um pequeno laboratório do tráfico de drogas. A defesa do acusado alega que as interceptações telefônicas utilizadas na investigação foram ilegais e que os bens foram apreendidos sem mandado judicial.

Briga em festa

Em outro processo, 'Leleco' e um comparsa viraram réus, em fevereiro deste ano, por matar a tiros o segurança Marcos Kelvim Oliveira de Queiroz e tentar matar outros dois profissionais, após serem expulsos de uma festa que ocorria em um hotel, no bairro Moura Brasil, no dia 20 de maio de 2018, por se envolverem em uma briga no local.

Conforme a denúncia do Ministério Público, os acusados "são pessoas frias e de alta periculosidade, conhecidos como criminosos locais, integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e inclusive são temidos pelas testemunhas que temem por suas vidas quando depuseram perante a autoridade policial".

A defesa de Francisco Weskley rebateu, no processo, que o MPCE "passou a elaborar uma versão dos fatos que melhor lhe aprouvesse; ao passo que entendeu erroneamente por presumir a circunstância de o grupo expulso da festa pertencer à aludida facção criminosa, e que tal situação supostamente teria ensejado reação contra os seguranças".

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