Estelionatários são presos por aplicar golpes fingindo ser desembargadores e auditores

A operação, batizada de "Precatório", foi deflagrada pelas polícias civis do Ceará e do Piauí e também é realizada no Distrito Federal

Escrito por Redação ,
Legenda: Os policiais apreenderam ainda dinheiro em espécie, aparelhos celulares, cartões magnéticos, documentos diversos, notebooks e um automóvel.
Foto: Foto: Divulgação

Onze pessoas suspeitas de estelionato foram presas, na manhã desta quarta-feira (4), em uma operação das polícias do Ceará e do Piauí. A "Operação Precatório" cumpriu 23 mandados, sendo 11 de prisão e 12 de busca e apreensão contra suspeitos em Fortaleza e na Região Metropolitana. Segundo a polícia, os alvos da operação se passavam por autoridades de todo o País, como desembargadores e auditores, e prometiam liberar pagamentos de precatórios, que são créditos devidos por governos. Para isso, levantam nos tribunais nomes de pessoas que tinham valores a receber.

As investigações policiais descobriram que a quadrilha foi montada na Grande Fortaleza. Os líderes do grupo residem principalmente em Maracanaú, Guaiuba e Pacatuba. "Eles iniciaram a atividade aqui. Estavam baseados na Região Metropolitana, principalmente Maracanaú e Guaiuba, e a partir daqui aplicavam o golpe no Brasil inteiro. Foi preso o Núcleo Financeiro e alguns líderes", explica o gerente de polícia Especializada da Polícia Civil do Piauí, Matheus Zanatta. Ainda de acordo com o delegado, somente nos estados do Piauí e Santa Catarina o prejuízo foi algo em torno de R$ 2 milhões.  

A operação foi realizada, de forma simultânea, no Ceará e no Distrito Federal. Em Brasília, os policiais prenderam duas pessoas, entre elas, um foragido da Justiça com cinco mandados de prisão em aberto. De acordo com os investigadores, também há indícios de crimes praticados pelos estelionatários nos estados da Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os policiais apreenderam ainda dinheiro em espécie, aparelhos celulares, cartões magnéticos, documentos diversos, notebooks e um automóvel.

Legenda: A ação é realizada por cerca de 60 policiais civis do Ceará e do Piauí
Foto: Divulgação/PCCE

O golpe

Ainda segundo as investigações, os criminosos que  usam nomes de autoridades públicas como desembargadores e auditores entram em contato com as vitimas assando informações falsas sobre o recebimento dos precatórios.

"Precatório é a forma que um ente público tem de realizar o pagamento devido ao autor de uma ação judicial. Os autores desses crimes verificavam no site dos tribunais a lista de cidadãos habilitados a receber precatório e então aplicavam uma engenharia social fazendo com que a vítima fizesse alguma espécie de pagamento prévio para então poder receber seus valores", afirmou o delegado Matheus Zanatta, gerente da Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil do Piauí.

Ainda segundo Matheus Zanatta, depois, as investigações foram identificados o modo de agir dos criminosos, os autores dos delitos e a estrutura da organização criminosa. "Dentre os presos há aqueles que realizam diretamente os golpes, aqueles que recebiam valores provinientes das vítimas e branquevam esses valores, e aqueles que faziam o recolhimento e recambiamento desse dinheiro, fazendo os valores chegarem até os chefes da associação criminosa", explica.  

Durante o período investigado, os autores tentaram o golpe contra cidadãos habilitados nas listas dos Tribunais de Justiça do Piauí, de Santa Catarina  e do Espírito Santo, demosntrando o caráter nacional da empreitada criminosa.

"Os autores se valiam de pesquisas em fontes abertas como buscadores de internet, e em fontes fechadas como empresas de bancos de dados para obter informações reais das vítimas e seus processos e dar credibilidade aos golpes", disse o delegado Anchieta Nery, titular da delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI). 

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