Motivado por desavenças pessoais, o vigilante Edmílson Alves Cavalcante, de 57 anos, premeditou o assassinato do bombeiro militar reformado José Carlos Rodrigues, 64, em Fortaleza, no último dia 5 de setembro, concluiu a Polícia Civil do Ceará (PC-CE), no Relatório Final do Inquérito Policial.
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, o suspeito foi indiciado pela 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por homicídio qualificado (por motivo futil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima), uso de documento falso e furto, na última segunda-feira (12).
Há indícios de que o indiciado Edmílson Alves Cavalcante, com premeditação e agindo de forma a não proporcionar nenhum meio de defesa para a vítima José Carlos Rodrigues, na medida em que sorrateiramente esperou no andar superior do imóvel o momento em que a vítima se dirigiu ao seu carro, que estava estacionado em frente ao imóvel do acusado, para executar friamente a vítima."
O subtenente da Reserva Remunerada do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) José Carlos Rodrigues foi executado a tiros, em frente a sua sucata de veículos, na Rua Taquari, no bairro Bonsucesso, na tarde do 5 de setembro deste ano.
Edmílson Alves Cavalcante morava em uma residência acima da sucata. Após o crime, ele fugiu em direção ao Município de Paraipaba, onde foi capturado horas depois. Ele trabalhava como vigilante, mas portava uma carteira funcional de policial militar falsa, para se passar por agente de segurança, segundo a Polícia.
Com o suspeito, foram apreendidas a pistola da vítima, um revólver calibre 38, munições e um par de algemas. Contra Edmílson também foi cumprido um mandado de prisão, por outro homicídio, ocorrido no Estado de Minas Gerais.
Versões para a motivação do crime
A Polícia Civil recebeu testemunhos de diferentes versões para a motivação do homicídio, mas todos convergem para que suspeito e vítima - que tinham residência e negócio vizinhos - possuíam desavenças.
Em depoimento, Edmílson Cavalcante confessou o crime e contou que as desavenças com José Carlos começaram quando a Polícia Militar do Ceará (PMCE) realizou uma abordagem na sucata da vítima para checar uma denúncia de receptação (de veículos roubados), o que levou o bombeiro militar a acreditar que o vigilante era o denunciante. O vigilante revelou que tinha medo que o militar o matasse.
Além disso, Edmílson afirmou à Polícia que não gostava da forma como José tratava a filha dele, muitas vezes com assédios. O que foi reforçado pela jovem, também em depoimento, que acrescentou ainda que o subtenente do Corpo de Bombeiros já tinha apontado uma arma de fogo para o pai dela.
Entretanto, um funcionário da sucata de José Carlos negou os assédios e sustentou que o suspeito tinha ciúmes da amizade da filha com o bombeiro reformado.
Outras duas pessoas, que trabalham nas proximidades do local do crime, contaram que o infrator e a vítima brigaram dois dias antes do homicídio. Na versão, Edmílson teria proposto a troca entre dois carros com José, que teria se sentido ofendido e dito ao vigilante que ele não tinha dinheiro para fornecer "na volta", momento que teria o empurrado. Edmílson teria caído, e outras pessoas teriam apartado a briga.
Uma familiar do bombeiro confirmou a briga e acrescentou que o suspeito o ameaçou de morte, após ser empurrado. Dois dias depois, o crime se confirmou.