Três acusados de matar um homem, porque acreditavam que a vítima era informante da Polícia, vão a julgamento. A Justiça já havia pronunciado (decisão de levar ao júri popular) Yago Steferson Alves dos Santos e Ivanildo de Souza Rego. Agora, neste mês de abril, a decisão se estendeu a Lucas Duarte Alves, o 'Neném'.
O trio é réu pelo homicídio de Gleidson da Silva Ferreira, conhecido como 'Gué'. De acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE), a motivação do crime foi vingança "pelo fato de os denunciados acreditarem que a vítima colaborava com as instituições de segurança pública, fornecendo informações sobre criminosos do local".
A data para o júri ainda não foi marcada. Enquanto isso, por decisão do Judiciário, Lucas Duarte segue em liberdade. A Justiça considera que neste momento processual ele não apresenta requisitos suficientes para que a prisão seja decretada.
Lucas Duarte nega a autoria do crime
Lucas afirma nos autos que não faz parte de organização criminosa e nem tem proximidade com integrantes de facções: "sustenta que não sabia onde estava no momento do crime e por fim, confirma ter o apelido de 'Neném'".
COMO O CRIME ACONTECEU
No dia 3 de agosto de 2017, por volta das 11h30, em Fortaleza, Gleidson foi assassinado a tiros. Um ano antes ele já vinha sendo ameaçado e sofreu tentativa de homicídio. Os ataques se deviam a ordem que partiu de dentro de uma facção local.
No decorrer da investigação foi descoberto que Yago Steferson exercia poder de comando em uma facção local. Na época da morte, a vítima teria voltado a incomodar o grupo criminoso, porque, supostamente, fez perguntas no bairro sobre quem era Ivanildo de Sousa.
De acordo com o MP, Ivanildo pediu autorização de Steferson para a execução. Lucas Duarte teria ficado com o papel de 'olheiro', seguindo os passos da vítima e repassando a Ivanildo informações sobre o paradeiro do alvo.
QUEM É YAGO STEFERSON
Yago Steferson Alves dos Santos carrega uma extensa ficha criminal. Além deste homicídio, ele é acusado de outros crimes e apontado como dono de um dos sete anéis templários que distingue a alta cúpula do grupo criminoso cearense.
O líder da facção foi recapturado em dezembro de 2018. A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), localizou Yago Steferson em um shopping, em Natal (RN). Segundo as investigações, o então suspeito levava uma vida de luxo naquele Estado e morava em um apartamento de alto padrão.
Em março de 2021, a Justiça estadual o condenou, com pena final que chega a quase 14 anos de prisão, por tráfico de drogas e integrar organização criminosa.