Responsáveis por onda de ataques no Ceará em setembro são alvo de operação da PF em 5 estados

Seis pessoas foram presas durante a operação. Entre os alvos de prisão estão um dos fundadores da facção responsável pelos ataques e uma advogada que já está presa

Quatro suspeitos de participar de uma facção criminosa, que estava à frente da onda de ataques criminosos ocorrida em setembro deste ano no Ceará, foram presos durante uma operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quarta-feira (18) em cinco estados. Outros seis investigados já estavam detidos em presídios, totalizando dez mandados cumpridos. Eles são apontados como os responsáveis pela ordem e execução das ações criminosas na Região Metropolitana de Fortaleza e no Interior. 

A Operação Reino de Aragão tem o objetivo de desarticular o grupo. No total, foram expedidos 31 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão no Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Paraná. As ordens judiciais foram determinadas pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Justiça do Estado do Ceará.

Os alvos de prisão são os investigados envolvidos diretamente nas atividades da facção, segundo a PF. Alguns deles já estão presos nas penitenciárias federais de Mossoró/RN e Catanduvas/PR e em presídios estaduais do Ceará e da Paraíba. Dentre eles, além de integrantes, está um dos fundadores da organização criminosa e uma advogada que já em um presídio de Itaitinga.

Entre os presos, a advogada Elisângela Maria Mororó, detida em novembro de 2019. Ela é suspeita de planejar uma fuga no Centro de Detenção Provisória e de participar de uma organização criminosa de traficantes de drogas. 

Pelo menos 115 crimes incendiários foram registrados em Fortaleza, Região Metropolitana e no interior do Estado durante os ataques dos ocorridos entre os dias 20 e 30.

Lideranças presas

A PF afirma que as ações da facção foram determinadas por essas lideranças presas. "As ordens eram planejadas por essas lideranças e executadas por outros integrantes da mesma organização criminosa que se encontravam em liberdade", informou o órgão.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (18), o promotor à frente do caso, Rinaldo Janja, afirmou que essa operação terá continuidade. "Nossa investigação foi baseada na análise de material apreendido. E o material hoje arrecadado, vai subsidiar as investigações que serão desencadeadas a partir de então. Essa operação vai ajudar a continuidade da investigação."

Os investigados devem responder, de acordo com a participação de cada um, pelos crimes de dano, incêndio, participação em organização criminosa e outros que forem verificados nas investigações.

Além da Polícia Federal, a operação foi realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), do Ministério Público do Ceará (MPCE), o Departamento Penitenciário Nacional e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), através da Polícia Militar e Polícia Civil.