O Ceará investiga três casos suspeitos de transmissão da Monkeypox, conhecida popularmente como 'Varíola dos Macacos', em um presídio da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Visitas na Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (UPPOO II) estão suspensas, por pelo menos, 20 dias, por orientação das autoridades sanitárias.
Visitas de advogados e familiares dos presos foram suspensas a partir desta quinta-feira (25) até o dia 13 de setembro de 2022. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) confirmaram a informação e disseram que "após a detecção, a equipe de saúde da unidade procedeu com o isolamento dos pacientes suspeitos.
"A SAP comunicou a Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevig) da Sesa, que orientou sobre a necessidade de coleta de amostras para exame laboratorial, que já está sendo realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Os internos na UPPOO II que compartilhavam cela com os suspeitos seguem em observação, visto que não apresentam sintomas da doença", conforme as Pastas.
A reportagem do Diário do Nordeste entrou em contato com cinco advogados criminalistas, que têm clientes atualmente internos nesta unidade prisional. Eles foram unânimes ao afirmar ter tomado conhecimento da "informação de uma interdição", mas não sabiam até o momento o motivo do bloqueio de acesso.
O presidente da Comissão de Direito Penitenciário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secção Ceará, Márcio Vitor Albuquerque, afirmou que a OAB teve conhecimento sobre o fato, mas aguarda ser notificada formalmente.
"Nesta quinta-feira (25/08), ocorreu reunião com a vigilância epidemiológica da Sesa, Lacen, corpo de Saúde da SAP, coordenação do sistema prisional e juízes das Varas de Execuções Penais. No encontro, foi deliberado como medida preventiva a suspensão de visitas familiares e atendimentos jurídicos por 21 dias, prazo de isolamento dos detentos suspeitos"
"UNIDADE TODA DE QUARENTENA"
A reportagem do Diário do Nordeste entrou em contato com um servidor que atua no UPPOO II. De acordo com o servidor, de identidade preservada, a suspeita dos casos de Monkeypox impactaram diretamente na rotina do presídio.
"Maior correria aqui. Suspensão de todas as atividades. Foram três alas, três suspeitos. A unidade inteira está de quarentena", disse a fonte.
O advogado Jader Aldrin Evangelista reclama que as famílias dos presos buscam informações sobre seus parentes: "Fomos surpreendidos com um comunicado na Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (UPPOO II). Sem maiores informações por parte da Secretaria Administração Penal, não temos respostas a serem repassadas aos familiares das pessoas que se encontram privadas de liberdade, o que vem gerando muito desespero pela falta de informação".