O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou, na última quarta-feira (13), João Victor Barbosa Pereira, de 20 anos, por homicídio consumado (qualificadora de asfixia), contra a estudante Ingridh Nohana Carvalho Melo, de também 20 anos. O caso aconteceu dentro de um motel, no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza, no dia 1º de julho deste ano.
Conforme a denúncia, acusado e vítima se conheciam há aproximadamente dois meses e, no dia do crime, marcaram pelas redes sociais de se encontrarem em um motel, na Rua Franco Rocha, para usarem drogas e curtirem.
Por volta de 4h30, o réu saiu do quarto do motel para pagar a conta. A camareira recebeu uma ligação para informar que a suíte estava liberada e foi até o local, onde encontrou Ingrid Nohana deitada na cama. João Victor, então, foi avisado de que só poderia deixar o estabelecimento junto da acompanhante.
O acusado colocou a vítima sentada no vaso sanitário, enquanto funcionários do motel chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ao chegar, um médico confirmou a morte e verificou sinais de estrangulamento.
Quanto à motivação, pelo que restou apurado até o momento, não foi possível concluir os motivos do réu. Portanto, deixa o Ministério Púbico, ao menos nesse momento, de imputar qualificadora no que se refere à motivação, sem prejuízo de que, com o avançar da instrução judicial, sobrevenham esclarecimento quanto a esse ponto que justifiquem eventual aditamento à denúncia."
O MPCE acrescenta que "no que tange ao modo de execução, é possível extrair que a vítima faleceu por insuficiência respiratória decorrente de constrição cervical (estrangulamento) ou asfixia mecânica. A materialidade apresenta-se por meio do exame cadavérico".
Em depoimento à Polícia Civil do Ceará (PC-CE), João Victor Pereira negou ter cometido o crime e contou que já encontrou Ingrid "espumando pela boca", depois que voltou do pagamento do quarto. O acusado também confessou que responde aos crimes de roubo e estupro, no Estado de Sergipe.
MPCE quer análise do celular
Na denúncia, o Ministério Público do Ceará também pediu à Justiça Estadual pela autorização para extração de dados de um aparelho celular apreendido na ocorrência, "cuja propriedade não restou identificada".
"Diante disso, sabendo que o réu conhecia a vítima há 02 (dois) meses e que os dois possuíam um relacionamento, além de que teriam se falado por meio do Whatsapp na noite do fato para combinar o encontro, faz-se necessário extrair os dados constantes nos aparelhos apreendidos, visto que, assim, será possível obter mais informações acerca do crime, especialmente no que tange às possíveis motivações", argumenta o Órgão.
"Requer ainda a autorização de compartilhamento dos dados extraídos com a Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública e com o Departamento de Inteligência Policial (DIP da Polícia Civil do Ceará)", conclui.