Uma quadrilha suspeita de aplicar golpes em servidores públicos do Estado, desarticulada pela Polícia Civil na sexta-feira (11), em Fortaleza, chegava a extrair até R$ 400 mil das vítimas. As autoridades de segurança confirmaram que o grupo conseguiu movimentar, pelo menos, R$ 12 milhões a partir do golpe do "empréstimo consignado".
Sete pessoas foram presas suspeitas de integrarem o esquema, na sexta-feira, na sede de uma das empresas de correspondência bancária, localizada no bairro Aldeota, área nobre de Fortaleza. No momento da abordagem dos funcionários, um homem estava no local prestes a ser vítima do grupo.
Como funcionava o golpe
O bando atuava por meio da substituição de empréstimos consignados. Segundo a Polícia, os criminosos tinham acesso a um sistema que fornecia os dados dos servidores que realizavam a contratação de crédito, através de uma instituição.
Ao identificarem a transação, eles entravam em contato com a vítima e ofereciam vantagens para que ela fizesse a portabilidade do empréstimo.
No caso denunciado, o servidor escolheu não fazer o acordo com a empresa, mas recebeu uma quantia em sua conta. Ao perceber a ação, ele entrou em contato com os golpistas e foi orientado a fazer um depósito de volta ao dono da firma, ou seja, os criminosos agiram como se tivesse acontecido um engano.
Ao devolver o valor, o empréstimo não foi cancelado, e a vítima teve que pagar as parcelas. Segundo a Polícia, algumas pessoas tiveram o prejuízo de até R$ 400 mil.
Prisões
Os sete presos foram conduzidos à Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) e atuados pelos delitos de estelionato, crime contra a ordem tributária, na Lei de crimes de lavagens de dinheiro e organização criminosa. Um dos suspeitos, identificado como Jailson Abranches da Silva, 23 anos, é natural do Rio de Janeiro, estado onde fica a matriz da empresa.
As outras seis pessoas que também foram detidas são: Lucas Vinícius da Silva, 21 anos, Antônia Kadna Lima Oliveira, 22, Caique da Silva Santos, 26, Francisco Janiel Alves de Castro, 21, Leonardo Aguiar de Oliveira, 19, e Maria Cristina Brandão de Moraes, 42.
Com o grupo, a Polícia apreendeu notebooks, documentos, cadernos com anotações, aparelhos celulares, crachás, entre outros.
A DFF segue investigado o caso no intuito de identificar e localizar outros envolvidos na ação. A Polícia Civil ressaltou, por nota, que qualquer pessoa que sentir lesada por ação semelhante deve procurar uma unidade policial para registrar o caso.
Denúncias
É possível contribuir com as apurações repassando informações que auxiliem o trabalho policial. As denúncias podem ser feitas pelo Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), número 181, ou pelo WhatsApp (85) 3101-0181. Também é possível enviar informações direto para a DDF, pelo telefone (85) 3101-2505. O sigilo e o anonimato são garantidos, segundo a Polícia.