O Exército Brasileiro vai iniciar a missão da Operação Mandacaru neste domingo (23), aplicando a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), segundo o comandante da 10ª Região Militar do Ceará, Fernando da Cunha Mattos. As Forças Armadas já ocupavam as ruas de Fortaleza desde esta sexta-feira (21), e com a chegada das tropas destacadas de quatro Estados brasileiros, será iniciada a operação de reforço da segurança pública no Ceará.
O comandante da 10ª Região explica que o Exército não tomará o controle da operação de toda a Polícia Militar do Ceará, mas de três grupamentos do policiamento ostensivo. São eles o Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio), Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) e o Comando de Policiamento Especializado.
“O comando continua com a Polícia (Militar), mas o controle operacional, como empregar aqueles meios, são passados ao controle operacional da tropa federal, da força da Operação Mandacaru. As demais unidades da Polícia Militar, os batalhões, continuam na sua cadeia de comando e emprego normalmente”, esclareceu Fernando Mattos.
Ao todo, 2,5 mil homens do Exército Brasileiro vão atuar no Estado até o próximo dia 28 de fevereiro, conforme determinado pela GLO, autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (20), a pedido do governado Camilo Santana.
Policiamento nas ruas
O funcionamento da operação vai se concentrar em Fortaleza, inicialmente. O emprego da operação é garantir o policiamento ostensivo nas ruas, incluindo o uso de blindados, segundo o comandante.
“A garantia é a mesma que um policiamento ostensivo dá ao cidadão todos os dias. Os efetivos que vão ser colocados na rua, na região de Fortaleza inicialmente, vão ter o policiamento ostensivo equivalente ao policiamento que ele encontra todo dia nas ruas de Fortaleza. A gente não pretende substituir a polícia, mas fornecer o mesmo nível de segurança que o cidadão encontra no seu dia a dia na cidade”, salientou.
O direcionamento das tropas, entretanto, pode ser modificado de acordo com as necessidades.
“A gente pode dar algum tipo de atividade pra essas frações diferentes daquilo que ele faz no dia a dia. Eles vão continuar na sua rotina operacional normal, eventualmente, numa necessidade específica, pode receber uma tarefa específica”, pontuou Mattos.
Motins da PM
As tropas foram enviadas para o reforço da segurança após o início dos motins da Polícia Militar, realizados em protesto por aumento salarial.
O uso da GLO, com emprego das Forças Armadas, é para situações nas quais há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública e em graves situações de perturbação da ordem.
Com os motins protagonizados por PMs, mais de 300 Inquéritos Policiais Militares (IPMs) foram instaurados contra os servidores que participam da paralisação. Além disso, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) também vem instaurando processos disciplinares contra os envolvidos.