O foragido do Amazonas, Lenon Oliveira do Carmo, de 39 anos, preso no último sábado (17) no Ceará, chegou até a passar por cirurgias plásticas no rosto para se esconder da Polícia. O suspeito, contudo, não conseguiu fugir do histórico de crimes atribuído a ele, que o aponta como participante de um massacre e, ainda, como o responsável por desviar o fluxo de um rio.
Um dos crimes mais violentos em que o suspeito participou, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), foi um massacre que aconteceu em janeiro de 2017, no Complexo Penitenciário Antônio Jobim (Compaj), localizado em Manaus. Na matança, 56 detentos foram brutalmente assassinados.
Conforme a SSP-AM, além de já ter sido preso por tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídios e por crimes ambientais, Lenon Oliveira comandava, ainda, invasões de terras em Manaus. Em uma das empreitadas, um local foi invadido e, nele, foi criado um clube de lazer para traficantes, onde o foragido chegou a desviar o curso de um rio para ter um próprio balneário natural.
A Polícia daquele Estado suspeita que o clube serviria como uma espécie de "bunker", onde os criminosos montariam estratégias para o planejamento de fugas de traficantes presos em regime fechado no sistema prisional.
Líder de milícia no Amazonas
De acordo com a SSP-AM, Lenon é apontado como autor de vários homicídios relacionados ao tráfico de drogas, que aconteceram em Manaus, capital do Estado do Amazonas. Respondendo a uma série de processos que, juntos, somam uma pena de mais de 60 anos de prisão em condenações, o foragido liderava uma milícia armada responsável pela venda de entorpecentes.
O foragido comandava o tráfico de drogas em diversos bairros da capital amazonense. Ele fazia o transporte dos entorpecentes por meio das orlas fluviais da cidade.
Segundo ainda a Pasta, Lenon era integrante de uma facção criminosa que atuava no Amazonas, porém, há cerca de dois anos, mudou de grupo criminoso, passando a fazer parte de uma organização de origem do Rio de Janeiro, na qual ocupava um posto de comando.
O foragido era considerado uma espécie de executivo do presidiário Gelson Carnaúba, conhecido como "Mano G", chefe do grupo criminoso oriundo do Rio de Janeiro.
Prisão e vida de luxo no Ceará
Ainda de acordo com a SSP-AM, Lenon foi preso em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O suspeito ostentava uma vida de luxo com a família. A captura dele, por exemplo, aconteceu enquanto o foragido visitava sua nova moradia, uma casa de alto padrão localizada a poucos metros da Praia do Icaraí.
Antes de ser capturado no Ceará, Lenon Oliveira já havia mudado de identidade, passando a se chamar Aylon Soares Cardoso. Ele estava foragido desde 2018, quando o suspeito foi transferido do sistema prisional do estado amazonense para uma unidade em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Ao retornar para o Amazonas, contudo, o foragido obteve da Justiça o direito à prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. Após destruir o equipamento, ele fugiu do Estado.