Francisco Alberto Nobre Calixto Filho, de 28 anos, deve sentar no banco dos réus do 1º Tribunal Popular do Júri de Fortaleza, na próxima terça-feira (7), pelo assassinato da ex-namorada Stefhani Brito Cruz, morta aos 22 anos, no dia 1º de janeiro de 2018. Ela foi espancada e teve o corpo ocultado na Lagoa da Libânia, no bairro Mondubim, na Capital.
O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio, representante do Ministério Público do Ceará (MPCE), pediu, no processo, a condenação de Francisco Alberto por homicídio qualificado (por feminicídio, meio cruel, motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima).
Conforme documento da acusação nos autos processo, o réu armou uma emboscada para rever Stefhani, quando se iniciou "uma cruel sessão de espancamento, onde o acusado, covardemente, provoca diversas lesões na ofendida", o que resultou, segundo exames da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), no "óbito da vítima em decorrência de 'traumatismo crânio-encefálico eraquimedular em politraumatismo'".
O réu passa a trafegar com a vítima, desacordada, em sua moto, até que abandonou o corpo desta na Av. do Contorno, bairro Mondubim, nesta comarca de Fortaleza/CE."
Quase quatro anos depois, a mãe de Stefhani, a cuidadora de idosos Maria Rosilene Brito, conta que a saudade da filha não passa para ela e familiares: "a gente vai permanecer sentindo uma falta muito grande. A gente não consegue entender porque ela foi tão cedo". Ela espera que o réu seja condenado a prisão.
Eu espero que haja justiça, que seja feita a vontade da família e de Deus. Porque ele (acusado) tirou uma vida, o ser mais importante da minha vida. Que ele seja julgado e condenado!"
A defesa de Francisco Alberto Nobre Calixto Filho não foi localizada para comentar o julgamento.
Acusado não aceitava término do namoro
Stefhani Brito e Francisco Alberto namoraram por cerca de cinco anos. Maria Rosilene conta que, no início, o relacionamento parecia saudável, mas com o tempo a filha começou a aparecer com manchas no corpo, a aparentar tristeza com frequência e a deixar de sair com familiares e amigos.
Em junho de 2017, Stefhani decidiu se separar de Alberto e foi morar com a avó para ficar distante do mesmo. Mas ele não aceitou o término do relacionamento e insistiu várias vezes para rever e voltar a namorar com a jovem, segundo Rosilene.
Até que no dia 1º de janeiro de 2018, ela aceitou rever o ex-namorado. E aconteceu o crime. Depois de matar a ex-companheira, Alberto fugiu e continuou foragido até fevereiro de 2019, quando foi detido no Município de Mãe do Rio, no Pará, em uma operação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE).
Eu tenho um pedido como mãe, como mulher: que haja justiça. E que outras mulheres, se um dia vier acontecer seja o que for, qualquer coisa, denuncie. Para não acontecer o que aconteceu com a minha menina: chegar no fim da vida dela. Que as mulheres sejam fortes e firmes para dizer 'não' a esses homens que só querem usá-las e serem donos delas. Ninguém é dono de ninguém."