Casal morto em Fortaleza: homem era suspeito de integrar facção e tinha vasta ficha criminal

A vítima do duplo homicídio era investigada por um assassinato ocorrido em janeiro deste ano, que tinha como motivação apontada pela Polícia a disputa entre facções por território para o jogo do bicho

O homem executado junto da companheira, dentro de um veículo, no bairro Mondubim, em Fortaleza, na noite da última segunda-feira (26), era suspeito de integrar uma facção criminosa e tinha uma vasta ficha criminal - que incluía homicídio, tráfico de drogas, roubo e receptação.

Câmeras de segurança filmaram o duplo homicídio, ocorrido por volta de 19h30. As imagens mostram o casal sair de um condomínio em um carro, quando um homem sem camisa se aproxima e começa a efetuar os disparos. Depois, pelo menos outros oito criminosos também chegaram ao local e dispararam dezenas de tiros, para terminar de matar as vítimas.

A reportagem apurou, com fonte da Polícia Civil do Ceará (PCCE), que o homem morto foi identificado como Thiago Noronha da Silva, de 35 anos. A mulher morta seria a sua companheira, identificada apenas como Fernanda Ingryd.

Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, Thiago Noronha, conhecido como 'Belo', tinha passagens pela Polícia por quatro crimes de roubo, além de receptação, ameaça, adulteração de sinal identificador de veículo, desobediência, desacato, motim de presos, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

23 anos
de reclusão foi a pena somada proferida pela Justiça Estadual contra Thiago Noronha da Silva, por crimes de tráfico de drogas e roubo, em sentenças datadas de 2016 e 2019. Apesar das condenações, ele estava em liberdade.

Disputa entre facções por jogo do bicho

Thiago Noronha da Silva foi apontado pela Polícia Civil do Ceará como um dos quatro integrantes da facção cearense Guardiões do Estado (GDE) a participarem de um homicídio na Avenida Dioguinho, bairro Caça e Pesca, em Fortaleza, na noite de 8 de janeiro deste ano.

Um relatório da 10ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descreveu que a vítima se encontrava em uma calçada, "quando foi surpreendida por indivíduos que realizaram diversos disparos de arma de fogo e, ato contínuo, empreenderam fuga em um veículo branco, apontado por populares/denunciantes como um táxi".

A investigação levantou que a vítima, Marcos Gregório de Moraes Júnior, o 'Júnior Playboy', seria integrante da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). Enquanto os autores do homicídio seriam integrantes da GDE. O crime teria sido motivado pela disputa entre as organizações criminosas por território para o jogo do bicho no bairro Caça e Pesca.