Um casal de empresários é investigado pela Polícia Federal (PF) por, supostamente, lavar dinheiro do tráfico de drogas no Ceará. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (FICCO/CE) deflagrou a 'Operação Boiúna' após a investigação apontar que os suspeitos movimentaram, pelo menos, R$ 10 milhões, de origem ilícita.
A reportagem do Diário do Nordeste apurou que o patrimônio dos alvos da operação envolve veículos de luxo, imóveis de alto padrão e cabeças de gado. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, no Ceará e no Acre.
"Entre as medidas cautelares executadas estão o sequestro de bens móveis, incluindo 34 veículos e três motos aquáticas, a apreensão de passaportes e a quebra do sigilo fiscal dos principais alvos", conforme divulgado pela Polícia.
EMPRESAS DE FACHADA
Os investigados teriam formado um "complexo mecanismo de lavagem de dinheiro", usando empresas de fachada "para legalizar ativos provenientes do crime, além de recorrer a sucessivos refinanciamentos de veículos de alto valor como método de branqueamento de capitais".
"As investigações confirmaram que as empresas geridas pelo grupo não possuíam existência física no estado do Acre, e que os investigados não apresentaram lastro econômico compatível com as movimentações financeiras detectadas, nem com o padrão de vida ostentado", de acordo com a PF.
"Constatou-se, ainda, que os envolvidos possuem antecedentes criminais, incluindo envolvimento direto com o tráfico de drogas e crimes patrimoniais"
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
TRABALHO EM CONJUNTO
A FICCO/CE acontece por meio da cooperação entre a Polícia Federal, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), a Polícia Militar do Ceará (PMCE), a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado do Ceará (SAP).