Pelo menos quatro batalhões da Polícia Militar continuam sem operar normalmente em Fortaleza e na Região Metropolitana. Outros dois, no entanto, mantêm atividades pontuais de patrulhamento, sem a utilização de viaturas.
A reportagem circulou pela cidade na manhã desta quinta-feira (20) e constatou que no 18º Batalhão, no bairro Antônio Bezerra, dezenas de carros estavam parados, junto a dois caminhões de combate a incêndio e outros três veículos menores do Corpo de Bombeiros.
Estavam estacionadas uma viatura e cinco motos do Batalhão de Policiamento da Polícia Rodoviária Estadual (PRE).
No local, ainda havia a presença de aproximadamente três crianças, 70 policiais e cinco esposas de militares.
Apesar dos conflitos registrados no entorno, como a prisão de três policiais que cercaram uma viatura e secaram pneus no último dia 18, o clima no 18º Batalhão nesta manhã era tranquilo.
Há militares aquartelados no prédio, onde tomam banho, comem, dormem e recebem mantimentos de donos de supermercados.
Já no 12º Batalhão, em Caucaia, foram vistos 45 carros da corporação parados, além de 13 motos, sendo algumas destas do Batalhão de Policiamento de Rondas Intensivas e Ostensivas (BPRaio).
Há policiais aquartelados, pois não há viaturas para sair. Cerca de oito homens que aderiram aos atos contra a segurança pública ainda estavam concentrados do lado de fora do batalhão, a cerca de 50 metros da entrada. Todos usavam balaclava para não serem identificados.
No 16° BPM, em Messejana, todas as 25 viaturas, 13 motos e dois carros dos Bombeiros tiveram os pneus esvaziados durante as ações.
Os policiais militares não quiseram gravar entrevista, mas afirmaram que estão aquartelados.
No 22° BPM, no Papicu, os policiais se recusaram a falar sobre qualquer atividade, se estavam com atividades paralisadas, aquartelados ou não, mas havia, pelo menos, 20 PMs nas áreas externas do batalhão conversando, sem realizar qualquer tipo de serviço. No local, não havia nenhuma viatura, apenas carros e motos particulares.
Atividades parciais
No 6º Batalhão, no Conjunto Esperança, não foi registrado nenhum tipo de mobilização, mas 12 das 16 viaturas da instituição estavam paradas.
A reportagem foi informada no local de que 30% do efetivo - formado por 300 policiais, entre homens e mulheres - estão nas ruas, realizando motopatrulhamento especialmente em bairros como Mondubim, José Walter, Maraponga e Canindezinho.
Nos últimos dois dias, o índice de falta dos militares escalados para trabalhar na unidade saltou de 20% para 60%.
No 17° Batalhão, do Conjunto Ceará, viaturas com pneus cortados estão paradas, mas policiais fazem o policiamento a pé nas praças e em terminais de ônibus da região, como o do Siqueira e o do Conjunto Ceará.
Contagem
A Perícia Forense é a responsável por fazer a contagem das viaturas paradas em todos os batalhões e elencar os motivos pelos quais os veículos estão em tal condição.