Agentes da Interpol estão no CE à procura de comparsas de britânico

O estrangeiro James White estava há quatro meses no Estado e foi preso no último dia 19 de junho, em um prédio de luxo na Capital. Os agentes federais investigam o que o estrangeiro fazia no Ceará

Informações sobre o paradeiro de dois estrangeiros líderes de uma quadrilha com atuação internacional fizeram com que agentes da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) chegassem ao Estado do Ceará para procurar pelos foragidos. A reportagem do Sistema Verdes Mares apurou que a Interpol procura pelos irmãos James Gillespie e Barry Gillespie, que integrariam a liderança de uma organização criminosa com atuação na Escócia junto ao britânico James Joseph White, preso em um prédio de luxo, em Fortaleza, no último dia 19 de junho.

Desde a prisão de James os agentes ouvem pessoas ligadas ao grupo. As autoridades investigam o que teria motivado com que o trio optasse por residir no Ceará e se pretendiam expandir as atuações do grupo no Brasil. Até o momento é sabido que White estava em Fortaleza desde o início deste ano, levando uma vida de luxo.

Os homens são acusados por fundar um império multimilionário de tráfico de drogas e armas na Escócia. Desde o dia que James White foi preso, a Polícia Federal divulgou ter informações sobre a possível presença de outros dois criminosos no apartamento.

"A gente pensava que ia encontrar os três principais líderes da quadrilha. Mas encontramos somente um. Eles teriam alugado esse apartamento no início deste ano", revelou o delegado da PF, Glayston Araújo, em entrevista ao Sistema Verdes Mares, em 19 de junho.

Prisão

White estava no imóvel com a namorada e um amigo, ambos brasileiros, e não reagiu diante da chegada dos federais. Com ele, foram apreendidos R$ 53 mil em espécie e um automóvel de luxo. A Polícia suspeitava que o criminoso estivesse armado, mas nenhuma arma de fogo foi encontrada na residência.

O britânico preso tem extensa ficha criminal, incluindo homicídio, sequestros, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, tráfico de armas e explosivos. Ele permanece no Ceará e está recolhido no Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC), na Região Metropolitana de Fortaleza. Devido à pandemia permanece em uma ala separada, de quarentena e em observação.

Além dos crimes cometidos em outros países, no Brasil, James White é suspeito por uso de documento falso. No dia da prisão foi apreendida identidade com nome de outra pessoa. Há ainda suspeita que White teria lavado dinheiro no Ceará. Não há data prevista para o inglês ser extraditado.

A reportagem entrou em contato com o advogado Túlio Magno, responsável pela defesa de James Joseph White no Brasil. O advogado se restringiu a dizer que "a defesa atuará incisivamente no que se refere ao resguardo do devido processo legal e dos direitos de seu cliente, e que prestará esclarecimentos no momento oportuno". A Polícia Federal também foi procurada pelo Sistema Verdes Mares, mas não respondeu até o fechamento desta edição.