Três acusados de integrar uma facção criminosa cearense e de atearem fogo no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Crateús, no Interior do Ceará, durante a série de ataques criminosos em janeiro de 2019, foram absolvidos pela Justiça Estadual. A decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônica (DJE) da última segunda-feira (24).
A decisão da Vara de Delitos de Organizações Criminosas, proferida no dia 5 de julho deste ano, absolveu Antônio José da Silva Lima, José Alesandro Bento da Silva e José Bruno Gomes da Silva dos crimes de integrar organização criminosa e de promover incêndio.
O colegiado de juízes da Vara pontuou que a única prova de que o trio integrava a facção cearense era a declaração do réu José Alesandro no interrogatório policial. Entretanto, em interrogatório judicial, ele negou a informação. "Diante de uma análise aprofundada dos autos, constato inexistir prova judicializada capaz de sustentar um decreto condenatório pelo delito de integrar organização criminosa, assim como requer o Ministério Público", concluiu.
Sobre o crime de incêndio, o Colegiado ponderou que "não foi produzido laudo pericial no local" e que, pelos relatos das testemunhas, "o fogo se resumiu a parte de uma parede externa do prédio, não gerando dano, apenas marcas do fogo na parede. Portanto, não houve a ocorrência de perigo a um número indeterminado de pessoas ou a vários patrimônios, o que é imprescindível para a configuração do delito de incêndio".
Como ocorreu o ataque criminoso
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), José Alesandro Bento da Silva, conhecido como 'Fronteira', foi preso em flagrante por suspeita de atear fogo no Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Crateús, no dia 8 de janeiro de 2019.
Com 'Fronteira', foram apreendidas duas garrafas de plástico com resíduos de gasolina, uma mochila, um aparelho celular e dois papelotes de cocaína.
A partir da primeira prisão, a Polícia chegou aos nomes de José Bruno Gomes da Silva, o 'Zé Pequeno', apontado como outro executor do ataque criminoso; e de Antônio José da Silva Lima, o 'Novinho do Zé da Nana', que seria o mandante do crime.
O Estado do Ceará viveu uma série de ataques criminosos a bens públicos e privados, em janeiro de 2019. Foram mais de 250 crimes, entre Capital, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e Interior. Em contrapartida, mais de 460 suspeitos foram capturados.