O empresário Jovilson Coutinho Carvalho, acusado de liderar um esquema de sonegação no setor têxtil cearense, foi preso pela Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas, da Polícia Civil do Ceará (PCCE), no Estado de Alagoas, na última quinta-feira (15). A organização criminosa teria desviado R$ 430 milhões do Estado do Ceará.
De acordo com os autos do processo que Jovilson responde por crimes contra a ordem tributária, o foragido da Justiça foi encontrado em uma fazenda, no Município de São José da Laje (AL), por volta de 15h, e não ofereceu resistência à prisão. Ele foi levado ao 119º DP, em Santana do Mundaú (AL) e transferido para Fortaleza (CE) no sábado (18).
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O empresário foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e organização criminosa, junto de mais 18 acusados de participar de um esquema criminoso que teria causado um prejuízo de R$ 430 milhões aos cofres públicos do Estado do Ceará e realizado movimentações financeiras de um valor que ultrapassa R$ 1 bilhão.
Um dos integrantes da quadrilha, Francisco José Timbó Farias, responsável em selecionar sócios-laranjas para fazer parte da organização, continua foragido.
O titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas (DCCAFP), delegado Márcio Gutierrez, essa prisão foi extremamente importante."É um desenvolvimento natural do trabalho. Já imaginávamos que seria difícil a prisão do Jovilson. Passamos um ano investigando, fizemos o cruzamento de informações. Descobrimos lavagem de dinheiro que ele vinha praticando em outros estados, então fizemos trabalho de inteligência", reforça o delegado.
A quadrilha, acusada de cometer os crimes por mais de dez anos, foi alvo da Operação Dissimulare, deflagrada em setembro de 2017. De acordo com o MPCE, Jovilson constituía empresas de fachada, compostas por sócios-laranjas e, através delas, comprava tecidos em outros Estados, repassando-os a outras empresas beneficiadas. Assim, o grupo burlava o recolhimento de ICMS, e possibilitava a revenda por um preço bem mais baixo, causando prejuízo aos cofres públicos estaduais. Na investigação, a Polícia Civil detectou a existência de 27 empresas de fachada.
A defesa do preso não foi localizada. Um advogado que defendia Jovilson Carvalho e consta em alguns processos como representante do mesmo informou que não atende mais ao empresário. Um amigo de Jovilson disse que ele não constituiu advogado, no momento.