Único cemitério municipal de Crateús tem só 3 vagas; Prefeitura deve comprar terreno

Agravamento da pandemia do novo coronavírus deixa a unidade sem capacidade no terreno para atender à demanda

A escalada de mortes nesta segunda onda da Covid-19 pressiona o sistema funerário em Crateús, no Sertão de Inhamuns do Ceará, e deixa o único cemitério municipal, o Santa Rita, à beira do colapso. Nesta quarta-feira (24), o terreno está com apenas três vagas. 

Diante da situação, a Associação Filantrópica do Cemitério Santa Rita (Aficesari) publicou nota (veja abaixo) comunicando que o local está "praticamente impossibilitado de receber corpos de quem não possui cova ou túmulo” em razão da área quase completamente ocupada. 

O vice-presidente da Aficesari, Gilberto Torres, explica que houve um agravamento da situação nas últimas semanas.

“Estamos entrando nesta dificuldade faz uns seis meses. Mas, neste último mês, ficou mais preocupante”, detalha.

"Ontem, estávamos com quatro vagas, hoje, estamos apenas com essas três", enfatiza. De acordo com ele, cerca de 10 a 12 enterros são realizados por semana no local. A área, de 200 metros quadrados, possui cerca de 2 mil jazigos. 

“Estamos vendo as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) lotadas e chegou a hora na qual tivemos de lançar essa nota para explicar para a população o que está ocorrendo e que estamos em busca de resolver”, aponta. 

Além do cemitério Santa Rita, a Cidade possui somente o espaço privado São Miguel. Segundo Gilberto, a Prefeitura já foi comunicada e está providenciando uma nova área para suprir a demanda. 

O Diário do Nordeste não conseguiu contato com o Município até a publicação desta matéria. 

Pandemia em Crateús

Crateús teve 7.518 casos confirmados da Covid-19 desde o início da pandemia. O número de óbitos chegou a 141, de acordo com a plataforma IntegraSUS, atualizada às 13h35 desta quarta.

Atualmente, 520 casos estão em investigação. Na Cidade, a ocupação das UTIs para pacientes adultos com Covid-19 está em 95%. A enfermaria atingiu 92.5%.