A Prefeitura de Sobral apresentou, na noite desta sexta-feira (19), seu plano de retomada das atividades produtivas e regras de flexibilização do distanciamento social em razão da pandemia da covid-19. Município com maior número de casos da casos no Interior do Estado, pouco mais de cinco mil infectados, segundo o último boletim epidemiológico, o documento será um norteador para definir a reabertura de comércio, serviços e atividades coletivas, por exemplo.
Com 151 páginas, o trabalho está disponível no site da Prefeitura, e pode ser baixado através deste link.
Hoje, o Município é um dos que está sob isolamento mais rígido, a partir de decreto estadual, ao lado de Acaraú, Camocim e Itarema. “Amanhã saberemos se poderemos entrar na fase de transição”, antecipa Silva Kataoka, secretária da Ouvidoria, Controladoria e Gestão de Sobral.
O professor Fábio Cammarota, um dos responsáveis pelo plano, explica que o documento traz conteúdo técnico consistente, com base científica, para oferecer segurança à sociedade.
“Em pouco momentos a sociedade viveu uma situação como essas. O país e o mundo não estavam preparados para estas restrições”, inicia.
Para elaboração deste plano, foram pesquisadas experiências de boas práticas de transição em outros países e também em outras estados brasileiros, como Minas Gerais, Bahia e Goiás. Nele, há indicadores e critérios para a abertura de estabelecimentos comerciais, lojas e indústrias, tendo como base também as autoridades sanitárias nacionais e internacionais.
No início, apresenta a cronologia da abertura. “Mas isso não é estático. Os números são dinâmicos. Temos que avaliar os indicadores a cada dia. Muitas vezes a pandemia não responde como a gente espera”, alerta Fábio. Apesar de acredita que todos os setores foram contemplados, o professor ressalta que, por alguma especificidade local, o protocolo do plano possa ser revisto.
Nele, três indicadores apontarão o momento de retomada do setor econômico: taxa de infecção, taxa de internações e a disponibilidade de vagas na rede hospitalar. A reabertura se dará em quatro etapas. “São quatro faixas de risco. A quatro é mais branda, seguindo até a um, que exige mais restrição”, explica o professor Nildo Luzio, especialista em políticas públicas.
Também é proposto no documento a criação de um comitê gestor, que avaliará estes indicadores. A partir da data da fase de transição, se projeta sete dias da Fase 1; 14 dias da fase 2 e outros 14 dias da fase 3. Se os indicadores apontarem uma boa condição, em aproximadamente 45 dias se inicia a fase 4, que contempla todos os setores econômicos. Eventos esportivos, aulas presenciais, cinema, por exemplo, só se daria mais adiante.
“Agora temos que alcança a população. Não adianta colocar e guardar para fazer apenas a orientação. Os agentes comunitários de saúde precisam ser vetores de prevenção e cuidado. A pandemia só vai estacionar com essas duas palavras”, acredita Fábio.