´Papeira´ em canídeos

Annice Aquino Crotêz*

Franciely Alves, da cidade de Vitória (ES), diz que seu cachorro está com a garganta inchada, o que lhe causa preocupação. Ela acha que é "Papeira". "Ele está magro e não se alimenta direito. Eu gostaria de saber um medicamento que eu possa dar para ele para curar essa doença".

A "Papeira" ou "Caxumba" é uma doença de transmissão respiratória, causada por um vírus da família dos paramyxovirus, que acomete humanos. O cão não é acometido por esta doença humana. Em canídeos, existe uma doença chamada Cinomose, também provocada por um vírus da mesma família paramyxoviridae.

Alterações

Entretanto, no cão, este vírus não desencadeia alterações inflamatórias nas glândulas salivares tão intensamente como nos seres humanos. No cão, o paramyxovírus desencadeia alterações oftálmicas, respiratórias, tegumentares, digestivas, neurológicas e, na fase inicial da doença, alguns animais podem apresentar linfadenopatia (crescimento de linfonodos).

Os linfonodos são pequenos órgãos arredondados, localizados ao longo dos vasos linfáticos, que participam de forma eficaz na resposta imunológica no combate aos agentes patológicos. Os linfonodos submandibular são facilmente palpáveis no cão, e o aumento de volume nesta região pode ser facilmente percebido pelo proprietário do animal ou identificado em uma avaliação profissional realizada pelo médico veterinário.

Entretanto, a linfadenopatia no cão é um sintoma frequente não só na Cinomose, mas em diversas outras doenças virais, bacterianas e parasitárias que podem desencadear um crescimento de linfonodos, de forma localizada ou generalizada.

Exame clínico

Quando um animal apresenta uma infecção localizada, no exame clínico podemos constatar somente o linfonodo regional aumentado. No entanto, quando o animal apresenta vários linfonodos aumentados, podemos estar diante de uma infecção generalizada que pode ocasionar falta de apetite, apatia, perda de peso, febre e vários outros sintomas no animal. Além das infecções, algumas neoplasias também podem desencadear o aumento de linfonodos.

O mais indicado e aconselhável é que este animal seja encaminhado para o atendimento de um médico veterinário, a fim de que se possa diagnosticar corretamente a causa desta possível linfadenopatia e que este animal possa ser tratado de forma rápida, segura e eficaz por um profissional especializado em pequenos animais como cães e gatos.

Médica veterinária e professora de Doenças Infecciosas na Favet-Uece