Crato (Sucursal) - O Instituto Cultural do Cariri (ICC), retomou o movimento em favor do traslado do monumento em homenagem ao então presidente da Província do Ceará, Tristão Gonçalves de Alencar, para o Crato, sua terra natal, e apontado como um dos maiores heróis cearenses que foi trucidado no município de Jaguaribara, em defesa dos ideais libertários que marcaram a Confederação do Equador.
A idéia inicial era trazer para o Crato os seus restos mortais. Mas a comissão de vereadores da Câmara Municipal do Crato, que esteve na velha Jaguaribara, não encontrou nem sinais. A informação era de que o herói cratense teria sido enterrado no pé do altar da igreja matriz da Jaguaribara. Nas escavações feitas dentro da igreja nada foi encontrado.
A única lembrança de Tristão Gonçalves em terras jaguaribaras é um monumento que marca o local onde ele foi assassinado, no Sítio Tapera, a dois quilômetros da velha Jaguaribara, cujas terras serão totalmente cobertas pelas águas do açude Castanhão.
O presidente do Instituto Cultural do Cariri, Manoel Patrício de Aquino, quer trazer para o Crato alguns tijolos do monumento e as placas colocadas, em 1824, pelo Instituto do Ceará, com o objetivo de construir uma réplica do monumento numa das praças do Crato, ou na nova sede do Instituto Cultural do Cariri que, este ano, está comemorando 50 anos.
Na última quarta-feira, Manoel Patrício entrou em contato com o presidente do Instituto do Ceará, professor Geraldo Nobre, de quem solicitou autorização para a retirada das placas. A reivindicação das lideranças cratenses será apresentada na reunião de terça-feira, dia 20, no Instituto. Mas, tudo indica, que não haverá dificuldade. O movimento conta com o apoio do prefeito Walter Peixoto que já garantiu transporte para o deslocamento do pessoal até Jaguaribara.
O prefeito diz que “lugar de cratense é no Crato”. A administração municipal, segundo o prefeito, tem o maior interesse em resgatar a memória de um dos maiores vultos da história cearense. O resgate histórico é defendido também pelo presidente da Câmara Municipal do Crato, Francisco Tavares de Oliveira, que esteve em Jaguaribara, no mês de outubro do ano passado, acompanhado de uma comissão de vereadores, tentando trazer para o Crato os restos mortais de Tristão Gonçalves.
A reitora da Universidade Regional do Cariri, Violeta Arraes, também defende a idéia, justificando que Tristão Gonçalves faz parte da galeria dos grandes heróis nacionais.