A tradição das capelas na estrada

Escrito por
Fernando Maia - Textos/ Kid Júnior - Fotos producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 17:16, em 14 de Julho de 2016)

Quem viaja pelas estradas do Ceará certamente já notou um sem número de capelas construídas na beira da estrada. Os pequenos monumentos normalmente registram a morte ocasionada por acidentes automobilísticos. Essas edificações, a exemplo dos cemitérios clandestinos, encerram histórias de vida. Na CE-266, no trecho da zona urbana de Tamboril, surpreende o grande número de capelas.

>Mortes invisíveis

>No templo dos anjinhos

>Gruta abrigou antigo cemitério indígena

>Ao som das ondas

>O martírio de um Prego

>Cemitério é alvo do Ministério Público

>Família Beviláqua criou espaço próprio

>Apartheid no campo-santo

>Agricultor planeja sepultura particular

Em 2014, um homem cujas iniciais eram J.W.R.N vinha, segundo relatos, embriagado numa moto. Ele atropelou um ciclista e levou a pior. Sem capacete, bateu a cabeça no chão e morreu. Um pouco adiante, outra história fatal. F.D.F.S conduzia uma moto, bateu numa vaca e morreu. Em mais um trecho, dois motoristas pegavam racha. Atropelaram três irmãos e mais uma quarta pessoa. Os três faleceram no local, que meses depois recebeu uma lombada.

O problema é que, em locais considerados de alto risco, as capelinhas podem facilitar novas mortes, já que muitos motoristas desrespeitam o limite de velocidade, principalmente à noite. Moradores relatam que familiares costumam aparecer para acender velas ou fazer orações, mesmo sabendo que o corpo do seu ente não se encontra enterrado naquele local.